Quase quatro meses após suspender as atividades, o Hospital Papi voltou a realizar atendimentos ontem (8). De acordo com a direção, todos os serviços previstos para serem retomados – procedimentos cirúrgicos gerais, serviços de clínica médica e pronto-socorro infantil – estão em funcionamento. “Todos os convênios que atendíamos antes estão sendo recebidos normalmente”, afirmou Lindeza Rebouças, diretora administrativa do Papi.
Uma das primeiras pessoas que procuraram atendimento na unidade foi a dona de casa Ariadne Cristina, que trouxe a filha Amanda, de 3 anos. “É bom saber que o Papi voltou, porque sem ele tínhamos apenas um hospital de referência para atendimento infantil. É uma opção a mais”, contou ela, que veio de Parnamirim, município da região Metropolitana de Natal. “Tive meus dois filhos aqui e sempre fui bem atendida. Acho importante o hospital voltar a funcionar”, completou Ariadne.
A retomada das atividades na unidade hospitalar, uma das principais no atendimento materno-infantil da capital potiguar, acontece quase quatro meses após a suspensão. De acordo a direção, para este primeiro momento, foram realizadas renegociações dos valores repassados pelos planos de saúde para os procedimentos. “A ideia é termos uma gestão sustentável, que nos permita manter a unidade funcionando e ao mesmo tempo quitar os nossos débitos junto à fornecedores e funcionários”, explicou Fernando Madruga, diretor Executivo do Papi.
Dentro da proposta de gestão sustentável, a direção do Papi listou três critérios para definir os serviços que voltaram a ser ofereceridos: maior margem de lucro, capacidade operacional do hospital e assistência materno-infantil. “Desta forma, poderemos chegar ao equilíbrio de operar gerar prejuízo, além de obter lucro para honrar com os compromissos do hospital”, explicou a gerente clínica da unidade, a médica Rosângela Morais.
Ainda segundo informações da direção, serviços como a UTI pediátrica e ortopedia deverão ser retomados até o final do mês. Já o obstetrícia e pronto socorro adulto, contudo, ainda não tem previsão para serem reiniciados. Com a redução dos serviços ofertados, o quadro de funcionários caiu de cerca de 750 para 500, de acordo com levantamento do setor jurídico do Papi.
Também está sendo negociada com fornecedores as dívidas pendentes, assim como com funcionários. “Tivemos dificuldades financeiras nos últimos cinco anos. Desta forma, optamos por retomar os atendimentos daqueles procedimentos que em um primeiro momento são mais rentáveis, sem deixar de lado a questão do atendimento materno-infantil”, explicou Rosângela Morais, gerente clínica do Papi. O diretor executivo afirmou também que o Papi não terá auxílio de investidores na reabertura, contudo, acordos poderão ser firmados posteriormente. O hospital está sem pacientes desde o dia 20 de maio.
