Para os produtores do RN, a viabilidade econômica será o definidor do uso das rotas de cabotagem. Apesar de manifestar interesse no transporte portuário, os produtores se preocupam com o custo que pode ocasionar a mudança de logística.
“Nós temos interesse. O problema é que hoje é mais caro transportar nacionalmente de navio, do que o caminhão por terra. A cabotagem não é viável economicamente”, relata Luiz Roberto Barcelos, presidente da Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex). No meio rodoviários os produtores “aproveitam” o frete dos caminhões frigoríficos, barateando o custo.
#SAIBAMAIS#O diferencial está nos impostos, pois o navio de importação é isento dos impostos de combustíveis. “Para viabilizar teria de isentar os impostos de navios e a prestação de serviços. Hoje é mais barato enviar para a Europa do que para o mercado nacional”, explica. Segundo ele, para transporte no mercado brasileiro o custo está 15% acima em comparação ao transporte internacional. Atualmente, ele contabiliza que por semana são transportados 300 conteinêrs na demanda nacional, todo por carreta.
Para a categoria salineira, da mesma forma. Há interesse, mas preocupação com o custo-benefício. “Na hora que elas (as linhas) aparecerem vai haver contato para negociação. Os produtores farão a comparação de preço para definição”, declarou Airton Torres, vice-presidente do Sindicato dos Salineiros. A exportação nacional hoje utiliza, na grande maioria, o meio rodoviário, porta a porta. No caso, na utilização do porto ainda seria necessário os caminhões do local de produção ao porto e do porto de destino aos compradores.
No cenário atual, os produtores de Mossoró que ainda enviam uma pequena parte do sal refinado via navio é pelo Porte de Pecem, em Fortaleza. Mas, os de Macau “tem manifestado interesse em usar o Porto de Natal como linha de cabotagem”. A exportação nacional hoje tem destino principal sul e sudeste. Ele não soube mensurar de quanto é a exportação nacional hoje, mas disse que, em dimensão global do sal, há um movimento de R$ 4,5 milhões no mercado interno.