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Para RN voltar a crescer, Governo precisa do ajuste

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O próximo governo precisa enfrentar o desequilíbrio entre as receitas e as despesas, que impede o Rio Grande do Norte de retomar os investimentos públicos. Essa percepção está presente nos depoimentos de quatros ex- secretários de Planejamento e Finanças que foram convidados a responder “qual o maior desafio do governo que inicia em primeiro de janeiro de 2019”, quando a senadora Fátima Bezerra toma posse.

#SAIBAMAIS#Jaime Mariz, que foi secretário de Planejamento no governo Garibaldi Filho, lembra que o desajuste fiscal implica em atrasos nos pagamentos de salários e dos contratos com fornecedores. Para ele, é indispensável uma ousada política tributária que atraia empresas para o Rio Grande do Norte.

Abelírio Rocha, que esteve à frente da área de Planejamento e Finanças no primeiro período do governo Garibaldi, afirma que quem está à frente do Estado deve priorizar a retomada do crescimento e não a permanência no poder.

Enquanto isto, Vagner Araújo, que ocupou o cargo no Governo Wilma, alerta que um possível descompasso  entre os governos federal e estadual deve ser superado, porque há um volume expressivo de recursos que, para serem transferidos, dependem das decisões de Brasília.

Para Obery Rodrigues, que foi secretário de Planejamento e Finanças no governo Rosalba Ciarlini, será indispensável resolver o problema provocado pelos gastos crescentes com pessoal.  “As despesas com inativos e pensionistas cresceram de uma forma absolutamente insustentável”, destaca.

Jaime Mariz de Faria Júnior
Jaime Mariz de Faria Júnior

“A situação do nosso Estado está muito bem diagnosticada no trabalho ‘Mais RN’, da empresa de consultoria Macroplan, contratada pelas classes produtoras do Rio Grande do Norte e entregue a todos os candidatos durante a campanha eleitoral, inclusive à governadora eleita, senadora Fátima Bezerra (PT). Ela assumirá o governo com um brutal desajuste fiscal, que pode ser avaliado através do atraso de parte do décimo terceiro salário de 2017 (algo em torno de R$ 170 milhões); de, certamente, todo o 13º salário deste ano de 2018; da visível dificuldade de pagar em dia a folha salarial do mês corrente; e do atraso nos compromissos com os fornecedores do Estado (que, segundo informações, que devem superar R$ 1 bilhão).

Some-se a isso o crescimento da folha de pessoal previsto para o próximo ano, de algo em torno de R$ 350 milhões, conforme publicado pela Tribuna do Norte na semana passada. Não tenho dúvida em afirmar que este será seu maior desafio, pois a solução dos demais exige previamente esta solução. Mas não será o único. Em seguida, a governadora terá que combater energicamente a insegurança, que transformou a nossa capital na detentora dos maiores índices de violência do Brasil (com déficits de pessoal enormes nos quadros das nossas Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros); terá que melhorar a nossa assistência à saúde (nossos hospitais têm hoje claras evidências de desabastecimento); melhorar a nossa educação (para nos tirar da vexatória posição de 3º pior do Brasil no IDEB); além de melhorar nossa infraestrutura e preparar o estado para receber as águas da Transposição do Rio São Francisco, para citar apenas as principais.

Enfrentar esse quadro de crise quase perfeita vai requerer, a meu ver, que o governo acredite na implantação de uma ousada política tributária, que torne o nosso Estado atrativo para a expansão das nossas empresas e a atração de outras tantas para aproveitar as nossas potencialidades e assim aumentar a arrecadação do Governo e gerar emprego para nosso povo (nunca é demais lembrar que também apresentamos índices de desemprego superior aos nossos vizinhos do Nordeste, hoje na casa dos 14%). Porque ao lado dos nossos problemas, temos também grandes potencialidades: petróleo, gás natural, potencial energético eólico e solar, turismo consolidado, solos férteis para a fruticultura irrigada, minérios, piscicultura, carcinicultura, etc.

Acredito que tais potencialidades inteligentemente aproveitadas pode ser a solução para os graves problemas encontrados pela Governadora a partir de janeiro próximo.”

Abelírio Rocha

Abelírio Rocha

“Eu diria que a curva que mede o crescimento do Estado,  ou seja, a parte do Produto Interno Bruto (PIB) no Rio Grande do Norte até a metade de segundo governo Garibaldi Filho (1999/2002) tinha um crescimento acima da média da região Nordeste e um dos maiores do Brasil. O RN era chamado carinhosamente de “tigre” em comparação com o crescimento dos países asiáticos. A partir da segunda metade do governo dele, o RN tem um desequilíbrio fiscal, porque priorizaram não o crescimento, mas se manter no poder. Vieram Fernando Freire, Wilma de Faria, duas vezes Rosalba Ciarlini e agora, Robinson Faria. Todos, a partir daí… Aquela curva de crescimento continua em descendência. O maior desafio do governo que chega é fazer com que essa curva se inverta e o Rio Grande do Norte passe a ser um dos estados que mais cresça no Nordeste, como era anteriormente. O grande desafio tem que ser esse. Não há outra solução, porque com o crescimento econômico  vem o emprego, a renda e, por consequência, a arrecadação também cresce. Nós estamos nos sentindo até envergonhados quando comparamos de novo com os demais estados nordestinos. Esses governos que citei fizeram a curva embicar e continuar caindo. O grande desafio do próximo governo é inverter isso, que o Estado volte a crescer, pelo menos, na média da região Nordeste.”

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