O próximo governo precisa enfrentar o desequilíbrio entre as receitas e as despesas, que impede o Rio Grande do Norte de retomar os investimentos públicos. Essa percepção está presente nos depoimentos de quatros ex- secretários de Planejamento e Finanças que foram convidados a responder “qual o maior desafio do governo que inicia em primeiro de janeiro de 2019”, quando a senadora Fátima Bezerra toma posse.
#SAIBAMAIS#Jaime Mariz, que foi secretário de Planejamento no governo Garibaldi Filho, lembra que o desajuste fiscal implica em atrasos nos pagamentos de salários e dos contratos com fornecedores. Para ele, é indispensável uma ousada política tributária que atraia empresas para o Rio Grande do Norte.
Abelírio Rocha, que esteve à frente da área de Planejamento e Finanças no primeiro período do governo Garibaldi, afirma que quem está à frente do Estado deve priorizar a retomada do crescimento e não a permanência no poder.
Enquanto isto, Vagner Araújo, que ocupou o cargo no Governo Wilma, alerta que um possível descompasso entre os governos federal e estadual deve ser superado, porque há um volume expressivo de recursos que, para serem transferidos, dependem das decisões de Brasília.
Some-se a isso o crescimento da folha de pessoal previsto para o próximo ano, de algo em torno de R$ 350 milhões, conforme publicado pela Tribuna do Norte na semana passada. Não tenho dúvida em afirmar que este será seu maior desafio, pois a solução dos demais exige previamente esta solução. Mas não será o único. Em seguida, a governadora terá que combater energicamente a insegurança, que transformou a nossa capital na detentora dos maiores índices de violência do Brasil (com déficits de pessoal enormes nos quadros das nossas Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros); terá que melhorar a nossa assistência à saúde (nossos hospitais têm hoje claras evidências de desabastecimento); melhorar a nossa educação (para nos tirar da vexatória posição de 3º pior do Brasil no IDEB); além de melhorar nossa infraestrutura e preparar o estado para receber as águas da Transposição do Rio São Francisco, para citar apenas as principais.
Enfrentar esse quadro de crise quase perfeita vai requerer, a meu ver, que o governo acredite na implantação de uma ousada política tributária, que torne o nosso Estado atrativo para a expansão das nossas empresas e a atração de outras tantas para aproveitar as nossas potencialidades e assim aumentar a arrecadação do Governo e gerar emprego para nosso povo (nunca é demais lembrar que também apresentamos índices de desemprego superior aos nossos vizinhos do Nordeste, hoje na casa dos 14%). Porque ao lado dos nossos problemas, temos também grandes potencialidades: petróleo, gás natural, potencial energético eólico e solar, turismo consolidado, solos férteis para a fruticultura irrigada, minérios, piscicultura, carcinicultura, etc.
Acredito que tais potencialidades inteligentemente aproveitadas pode ser a solução para os graves problemas encontrados pela Governadora a partir de janeiro próximo.”