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Paradas sucateadas se multiplicam em Natal

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Milka Moura
Repórter
Os usuários de transporte público em Natal enfrentam outro problema além dos longos minutos à espera do ônibus: a permanência em paradas com estrutura deficitária ou até mesmo inexistentes em diversos pontos da capital. Especialmente durante o momento de maior demanda pelo transporte público, entre as  6h e 17h, é comum notar as paradas lotadas sem chance de abrigo para a maioria das pessoas que aguardam o deslocamento ou para todas elas, nos locais onde o indicativo de parada do transporte público se resume a uma placa afixada em um poste. Durante os dias chuvosos, a situação é ainda mais crítica.  
Na Ribeira, passageiros enfrentam sol e chuva em parada de ônibus sem cobertura há meses
Na tentativa de mitigar os históricos problemas nesses abrigos, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) prevê a substituição de 600 paradas de ônibus e implementação de novas estruturas. A expectativa é que as obras comecem no segundo semestre deste ano. A STTU espera solucionar o problema em todos os bairros da capital com os serviços. 
 O projeto de substituição das paradas de ônibus em Natal está em licitação na Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov). O valor estimado das obras é de R$ 8 milhões. 
A equipe da TRIBUNA DO NORTE percorreu pontos da cidade – Tirol, Alecrim, Ribeira e Zona Norte -, e observou como as paradas de ônibus estão deterioradas. Em todos os bairros visitados existem locais com estrutura incapaz de acolhimento de muitas pessoas, danificada ou  inexistente. Na Avenida das Fronteiras, uma das mais movimentadas da zona Norte, a única demarcação da parada é a presença dos passageiros. O local não tem sinalização alguma. Na Ribeira, a parada de ônibus que fica em frente à Praça Augusto Severo está sem o teto há meses. 
Era lá onde a técnica em Enfermagem, Daniele Maria, de 23 anos, aguardava o seu transporte. A profissional utiliza o veículo público todos os dias. Ela espera no mesmo local, por pelo menos 20 minutos, de segunda a sábado. A temperatura máxima para o dia era 31ºC. Enquanto conversava com a nossa equipe, Daniele buscava refúgio do sol embaixo de uma árvore próxima ao local onde o ônibus para. “Quando tá sol pelo menos a gente fica aqui. Dá para proteger. Mas e quando tá chuva?”, questionou, afirmando que não tinha como se proteger.
Tentando se esconder do sol atrás de uma das barras de ferro da estrutura deteriorada da parada, quem também aguardava no local era o pintor Paulo Dário, de 42 anos. Ele reclamou da espera em lugar inapropriado. “É horrível. A gente fica à mercê. O ônibus demora, não tem sombra… de meio dia então, não tem quem consiga”, disse. “Vem muita gente do Hospital (esperar na parada da Ribeira). A maioria idoso, criança… vai ficar aonde? Tá tudo caído. Fica à mercê”, desabafou.
O problema de estrutura se agrava com outro empecilho, o tamanho pequeno das calçadas da cidade. Segundo o titular da STTU, Paulo César Medeiros, a instalação dos abrigos vai depender da quantidade de pessoas que embarcam naquele local, e da disponibilidade da via. “Às vezes, eu tenho uma parada que é bem frequentada, mas que eu não há condições de colocar abrigo naquele lugar, por conta da largura da calçada. Mas estamos fazendo um esforço para conseguir fazer isso no maior número de locais”, explicou. 

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