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Paratleta potiguar vive um drama

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A nadadora paratleta potiguar Cecília Araújo, 21 anos, isolada em Quito, no Equador, relatou dificuldades para voltar ao Brasil em meio a crise mundial da pandemia de coronavírus. Ao lado de outros oito paratletas brasileiros e o treinador, ela foi ao Equador em busca de treinos na altitude no começo de março e desde então não conseguiu mais voltar ao Rio Grande do Norte.
Cecília Araújo e a equipe do Brasil não conseguem sair do Equador
Em depoimento enviado à reportagem do jornal TRIBUNA DO NORTE, a paratleta potiguar disse que após os treinos, a ideia era ir a um evento classificatório para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, cancelados nesta semana pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após pressão de confederações e atletas.
“Estamos aqui desde o dia 3 de março. No dia 13 fomos informados que essa competição em São Paulo foi cancelada e tentamos retorno desde então, mas não conseguimos voltar ao Brasil”, disse.
Ela informou que uma comissão do Ministério da Defesa entrou em contato para auxílio a voltar ao Brasil. A Força Aérea Brasileira (FAB), segundo ela, autorizou o voo, mas ainda não há perspectiva para que o embarque aconteça.
“Estamos num grupo de nove, todos com alguma deficiência. Dois com deficiência intelectual, três visuais. Um deles já teve câncer e toma remédio controlado, que está acabando. Tem um grupo de deficientes físicos”, disse.
No momento, eles estão sendo assistidos num hotel pelo Comitê Olímpico Brasileiro (CPB) e aguardam o retorno para casa. “Estamos tentando manter uma rotina para não pesar na questão psicológica. De manhã tomamos café, a única pessoa que sai do nosso hotel é nosso técnico. Tem toque de recolher aqui, não é permitido ficar na rua e até para evitar o contato de contaminação. Estamos 24h dentro do hotel. Fazemos ioga, meditação.”, disse.
Cecília Oliveira, 21 anos, é natalense e já disputou Jogos Paralímpicos representando o Brasil, no Rio 2016. Ela foi campeã Mundial Paralímpica nos 50m livre e vice nos 100 m livre. Em 2019 conquistou sete medalhas no Pan Americano e a medalha de prata no 50m livre.
A reportagem teve acesso a mensagem que a Embaixada do Brasil em Quito enviou para os nove atletas e o treinador que estão tentando retornar há 13 dias do Equador. O texto pede calma e informa que há cerca de seis mil brasileiros em situação semelhante em outros países.
“A evacuação poderá acontecer por meio de aeronaves comerciais ou da Força Aérea Brasileira. Estamos em contato várias vezes por dia com Brasília, de modo a viabilizar os voos com a urgência que a situação requer”, escreveu Pedro Cunha e Menezes, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em Quito.
A história foi revelada pelo Estado na última terça-feira, quando o governo brasileiro autorizou a Força Aérea Brasileira buscar a delegação. De lá para cá, os atletas não receberam mais boas notícias. “Nosso retorno está nas mãos do Itamaraty e do Ministério da Defesa. Porque tem outros países com brasileiros e eles estão planejando as prioridades. Dependemos deles”, informou por telefone a nadadora Cecília Araújo, campeã mundial paralímpica e medalha de ouro no Parapan de Lima na classe de paralisados cerebrais.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Defesa informou que ainda não tem data confirmada para a volta dos atletas. A Embaixada em Quito disse que o esforço envolve diversas entidades. “No Brasil, foi instalado um comitê de crise, integrado pela Casa Civil da Presidência da República, pelos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa, do Turismo, dos Transportes, bem como pela Embratur, ANAC, companhias aéreas e operadoras de turismo para planejar e executar a repatriação dos mais de seis mil brasileiros espalhados por mais de 100 países”, informou.
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