A Parnamirim Field, empresa de transportes urbanos que presta serviços em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, voltou a operar as duas linhas que transportavam usuários do município metropolitano até a capital. A informação é do Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER-RN). Entre o dia 10 de janeiro e ontem, a empresa tinha paralisado as atividades das linhas E, com itinerário Emaús/Natal, e D, que faz o percurso Natal/Parque Industrial, ficaram inoperantes em, ao menos, seis dias. Ao todo, a empresa coloca, diariamente, 15 carros à disposição da população, sendo 13 na linha D e dois na E.
Durante a paralisação da Parnamirim Field, a Trampolim da Vitória fez,
em caráter emergencial, os itinerários das linhas abandonadas
#SAIBAMAIS#Durante os dias de paralisação da empresa, a população parnamirinense foi assistida pela empresa Trampolim da Vitória, em caráter emergencial. Antes do retorno da Parnamirim Field, a previsão era de que a Trampolim da Vitória ficasse ao menos 180 dias responsável pelas linhas abandonadas. O diretor de Transportes do DER, Cláudio Rodrigo, afirmou ter sido pego de surpresa pela Parnamirim Field.
“A Parnamirim Field comunicou ao DER no dia 10 passado que iria suspender a operação e parou no dia 11. Retornou dia 12 e parou novamente dia 13, 14 e 15. O problema é que ela teria de comunicar com, pelo menos, 60 dias de antecedência. Ela não fez isso. Ela fez com 24h, pegou o DER e a população de surpresa”, afirmou o diretor de Transportes. A quebra de contrato resultou em punição à empresa, que foi multada para cada dia de inoperância em suas linhas de transporte.
No início deste mês, a Parnamirim Field enviou um comunicado ao DER. O documento, assinado pelo sócio administrador da empresa Eduardo Laranjeira Costa, informava sobre a suspensão “temporária” das atividades operacionais. “Por motivo de força maior decorrente do completo desequilíbrio econômico da operação do serviço público”, justifica Laranjeira no ofício.
“São vários fatores que levaram a ruína do sistema de transporte público, não sendo a inviabilização da presente permissionária um fato isolado. A crise no sistema de transporte público tem fundamentos organizacionais e estruturais causados pela deficiência da gestão pública no planejamento dos serviços, concorrência predatória de transportes clandestinos, sucateamento do aparato de fiscalização e, por que não dizer, do próprio órgão gestor (diretoria de transportes do DER/RN)”, escreveu o empresário ao órgão estadual.
Situação financeira
De acordo com a Parnamirim Field, não há empresa de transporte intermunicipal em boas condições financeiras exatamente pelas deficiências no sistema. Eduardo Laranjeira ainda cita as dificuldades econômicas do Estado e a crise na Segurança Pública como fatores de influência no colapso das operações de sua empresa. No seu argumento, a insegurança faz os cidadãos evitarem sair de casa, o que interfere no transporte público.
Entrou na lista de reclamações do empresário as obras recentes ocorridas ao longo da BR-101, entre Parnamirim e Natal, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Os serviços causam desvios e prejuízos nos itinerários, garante. Fraudes nas utilizações de benefícios, como as carteiras de estudante e até os constantes reajustes no combustível também entram no hall de reclamações e justificativas da Parnamirim Field para o fim temporário de suas atividades.
“Chegou-se ao fundo do poço. A peticionante encontra-se endividada, com salários e obrigações acessórias em mora, com débito junto a fornecedores de combustível e peças e sem capacidade de se endividar mais para poder assegurar a continuidade da operação”, disse o ofício da Parnamirim Field.
