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Parque das Esculturas

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Yuno Silva
Repórter

O imponente monumento de 45 metros de altura que abriga o Memorial de Natal, será, enfim, reaberto após um hiato de cinco anos fechado para o público por motivos escusos que desafiam o bom senso. Com conteúdo museológico e perfil expográfico multimídia, o memorial convida o visitante para uma viagem de 10 mil anos no tempo e remonta os primórdios da ocupação do território que viria a se conhecido por Natal a partir de 25 de dezembro de 1599. Atração principal do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), a reabertura do espaço coincide com o Dia Mundial do Meio Ambiente, data celebrada com programação cultural intensa e totalmente gratuita.
Projeto de ecomuseologia será anunciado hoje com a reabertura do Parque da Cidade e prefeitura divulga edital de aquisição das primeiras sete esculturas que serão expostas no local
Como o Memorial de Natal funcionou por apenas 46 dias, entre 14 de novembro e 30 de dezembro de 2008, a exposição original foi toda refeita: vídeos explicativos, totens com conteúdo interativo, painéis com a linha do tempo e alguns poucos (mas significativos) objetos compõem o acervo. Os dois maiores destaques do acervo exposto são a arca de três fechaduras do século 17 utilizada como o cofre da intendência durante o período colonial; e a pedra fundamental da antiga matriz de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, datada de 1694 e redescoberta em 1992 durante restauração da igreja.

A visitação está limitada a 40 pessoas por vez, que alcançam o topo da torre o memorial a partir de elevadores. A visita será guiada por monitores treinados. “Contemplar a cidade daqui de cima complementa a exposição”, disse disse o museólogo e historiador Hélio Oliveira, diretor do Departamento de Patrimônio Cultural da Fundação Capitania das Artes. E realmente, do ‘olho de Neimeyer’ se enxerga a grandeza da cidade, do rio Potengi ao Morro do Careca.

“Decidimos remontar a exposição original pois a cidade viu pouco esse acervo. Temos outras propostas para ocupar o espaço, mas vamos trabalhos isso em outro momento”, informa. Hélio ressalta que a diferença está na tecnologia utilizada como suporte para exibição dos vídeos.

Entre os parceiros que emprestaram peças do acervo estão o Iphan-RN (arca, fragmentos de cerâmica e objetos indígenas), o Museu Câmara Cascudo (galo tradicional que representa o artesanato) e o Museu do Homem Missioneiro (Vila Feliz, Pium) de onde veio uma telha e um tijolo fabricados do século 18.

Oliveira adiantou que o vídeo principal de 15 minutos “faz um apanhado” geral de 10 mil anos para trás até os dias de hoje, e os terminais interativos trazem vídeos mais curtos que aprofundam temas. “Na disposição do acervo também criamos um elo entre o poder da igreja e o poder político-administrativo”. Os reparos necessários na estrutura do monumento, como reinstalação dos elevadores e manutenção do ar-condicionado, e os trabalhos para remontar a exposição do Memorial de Natal começaram em janeiro de 2013.

“Tudo o que está aqui”, disse Hélio olhando em volta os retoques finais em andamento durante visita da reportagem do VIVER ontem pela manhã ao memorial, “estará funcionando”.

Jardim das Esculturas
A programação do Dia Mundial do Meio Ambiente guarda outra novidade: o lançamento (para consulta pública) do edital Museu Aberto. O artista plástico Flávio Freitas, diretor do Departamento de Artes Integradas da Funcarte, explicou que a ideia é ocupar a área do Parque da Cidade com um jardim de esculturas de grande porte. “Vamos abrir 15 dias para consulta antes de começar a receber as propostas”, disse Freitas, adiantando que nesta primeira etapa serão contemplados sete projetos de esculturas fixas.

“A dimensão, o material utilizado e o tema são livres, com a prerrogativa de que o material utilizado seja durável. Cada projeto selecionado irá receber R$ 10 mil como prêmio aquisição”. Os locais para instalação dentro do parque serão definidos quando a lista estiver definida. “Assim que tivermos disponibilidade de verba abriremos um novo edital, espaço temos”. Os artistas poderão construir suas obras no próprio parque, e é bom avisar que o pagamento é posterior a conclusão do trabalho.

Livros e fotografias
A programação começa às 8h30, e ao longo do dia haverá debates, lançamento de livros e exposições. O artista plástico, compositor e escritor paraense Bené Fonteles, militante ambiental histórico, conversa com o público e apresenta sua visão sobre a “Poesia das Águas”. Ele também aproveita a ocasião para lançar o livro “Prata, São Francisco, Amazonas-União das águas: imaginário das grandes bacias fluviais brasileiras”.

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