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Parque ecológico está interditado

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Um dos elos da cadeia turística do Rio Grande do Norte foi quebrado – o passeio de bugue nas dunas móveis – com a interdição do Parque Ecológico e Turístico de Jenipabu, no município de Extremoz. A reclamação é geral, principalmente entre os 160 bugueiros que vivem dessa atividade econômica, embora a ponta dessa ocorrente seja a rede hoteleira que recebe os turistas que chegam em Natal pelo portão de entrada do aeroporto Augusto Severo ou aqueles que vêm por via terrestre de todas as regiões do País e do exterior.

Bugueiros reclamam da interdição do Parque Ecológico. O presidente do Sindicato dos Bugueiros do RN, Paulo Severo, disse que a interdição feita pela Superintendência Regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) surpreendeu a todos porque “pegou o “feriadão” e não deixou uma brecha para qualquer tipo de negociação, vez que o lacre do portão de entrada do Parque Ecológico de Jenipabu ocorreu entre o meio-dia e 13 horas da sexta-feira, dia 12.

Paulo Severo explicou que essa é a segunda interdição do Parque Ecológico em menos de dois meses. No dia 23 de setembro o Ibama fez a mesma coisa, forçando os proprietários da área de dunas móveis a requerer a licença ambiental junto ao Instituto Estadual Desenvolvimento Sustentável e Defesa do Meio Ambiente (Idema).

Severo disse que todas as providências foram tomadas dentro do prazo de 30 dias que foi dado para se fazer um Termo de Ajustamento de Condutas “e ai veio o Ibama dizer agora que houve erro no TAC, tudo o que foi pedido nós fizemos”.

Para Severo, a interdição do passeio de bugue nas dunas móveis “causa um prejuízo enorme para o turismo do Estado” e deixou os bugueiros de mãos atadas porque não tinham como recorrer judicialmente contra a medida do Idema, por exemplo, com a interposição de um mandado de segurança, coisa que só pode ser feita a partir de hoje, 16, com a volta do expediente na Justiça Estadual.

Com a interdição das dunas móveis, os bugueiros ficaram impedidos de fazer os passeios com turistasPor enquanto, Severo diz que o passeio turístico só está sendo permitido nas dunas fixas, também localizadas na área dunar de Jenipabu e nas imediações do Parque Ecológico que foi criado em janeiro de 2005 pela então governadora Wilma de Faria, uma área de 138,64 hectares desapropriada depois de uma disputa judicial.

Ele disse que a medida do Ibama “causou um desconforto” e ainda há o risco das operadoras de turismo, por exemplo, sofrer algum revés na justiça, porque os turistas também são consumidores e geralmente compram um pacote onde está incluído o passeio de bugue nas dunas móveis. “O turista veio com uma expectativa, mas quando chegou viu que o pacote não estava completo”.

Os turistas Luís Flamengo e Ednei Ribeiro, que vieram com suas mulheres do Mato Grosso e do Paraná, para conhecer Natal, disseram que estavam gostando das belezas naturais, mas realmente estavam decepcionados “porque queriam conhecer o passeio das dunas móveis”. Para o bugueiro Joir Vale, isso é muito ruim, “porque os turistas passam um ano se programando para esse passeio e chegam aqui sem poder realizar esse sonho”.

Já o presidente da Associação Profissional dos Bugueiros, Iveraldo Soares de Souza, os bugueiros “não podem terminar pagando e sofrendo os prejuízos” por uma briga particular entre o Ibama e o Idema. Para ele, o prejuízo financeiro é muito grande porque o passeio das dunas móveis “é o que mais interessa aos turistas”.

Só para dar uma ideia do que foi o movimento de turistas no “feriadão” em Jenipabu, o gerente de um estacionamento na entrada daquela praia, José Bernardino, disse que havia no local uns 20 ônibus parados.

O ex-goleiro do ABC, Hélio Ribeiro Alves, o “Hélio Show”, já presidiu a Associação dos Bugueiros por duas vezes e disse que não existe outra alternativa para reverter o problema “senão entrar com um pedido de liminar na justiça” já hoje. Segundo ele, o turismo do Estado perde muito com isso, porque os turistas que vêm das capitais mais próximas de Natal, como João Pessoa, Recife e Fortaleza conhecem Jenipabu e quando voltam, exigem o passeio das dunas móveis. “Esse cliente a gente acaba perdendo”.

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