O cancelamento de um vôo da Varig com destino a São Paulo e escala em Recife revoltou os 150 passageiros que se dirigiram ontem de manhã ao aeroporto Augusto Severo para embarcar no avião. O vôo, previsto para sair às 5h40, acabou sendo suspenso porque a aeronave apresentou defeito na turbina.
Somente no final da manhã, depois de muita espera e reclamação, a companhia aérea definiu o que seria feito para resolver o problema. O gerente geral da Varig, João Carlos Oliveira, garantiu que todos, com exceção de uma família de Goiânia, embarcariam ainda ontem à tarde em outros vôos.
“Como não foi possível consertar a turbina, contatamos duas empresas, a TAM e a GOL, para escoar os passageiros. A família de Goiânia foi a única que ficou para o dia seguinte, pois hoje (ontem) não conseguimos vaga”, disse João Carlos. Diante do transtorno, a companhia se comprometeu a providenciar hospedagem em hotéis para os passageiros, enquanto a hora dos vôos não chegava. O avião com problema ficou retido para manutenção.
O que mais irritou os passageiros foi a longa espera e a falta de informações. Muitos deles chegaram logo cedo e passaram boa parte da manhã tentando conseguir explicações e também saber a solução que seria dada.
“Está sendo um transtorno para todo mundo essa espera. E ninguém até aqui informou nada. Tem idoso, gente com criança e pessoas com compromissos importantes agendados”, queixou-se a passageira Olga Vale. Ela chegou no aeroporto às 4h30 e às 9h ainda aguardava uma definição da Varig.
Empresário do ramo de calçados com loja em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, Alberto Barasuol ia a São Paulo participar da feira de calçados Couro Moda. Como o evento se encerraria ontem à noite, ele estava preocupado com a possibilidade de perder a oportunidade.
“Vim ao Nordeste a passeio e também para conhecer o mercado de calçados. E estou indo a São Paulo a negócio. Pelo jeito, não vai dar tempo,” disse Alberto, que chegou no aeroporto Augusto Severo às 3h30 da manhã.
Muito preocupada também estava a americana Mary Rivera. O receio dela era perder o vôo para o Texas, nos Estados Unidos. “Já comprei a passagem e o vôo sai às 11 horas da noite. Não estou entendendo o que está acontecendo. Ninguém diz nada, queixou-se Mary”.
