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Patrus admite indústria da pobreza

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PATRUS - “Somos herdeiros do clientelismo e do autoritarismo”

Rio (AE) – O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, acredita que há, em algumas “áreas localizadas” do Brasil, uma “indústria da pobreza” semelhante à “indústria da seca”, termo geralmente usado para designar gestões que se aproveitam de más condições sociais do Nordeste para receber recursos.

Em audiência pública na Assembléia do Rio, ele anunciou que o ministério vai ampliar o sistema de pontuação que usa na distribuição de benefícios para que, ao lado dos indicadores sociais, tenham peso a eficiência e a parceria de Estados e municípios com o governo federal na área social. Disse também que muitos municípios não cobram impostos para não se indispor com seus moradores, preferindo esperar recursos federais. “Um critério, por exemplo, é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, que mede o grau de avanço social)”, disse Patrus.

“Sempre trabalhamos com ele. Municípios mais pobres recebem benefícios correspondentes. Agora, sabemos também que, infelizmente, como ainda existe uma indústria da seca, há uma espécie de indústria da pobreza. Então, se o IDH baixo é um indicador importante, às vezes também podemos penalizar boas gestões, prefeitos que estejam apresentando indicadores sociais mais elevados, pela eficácia do seu trabalho. E queremos manter a parceria com esses governos municipais e estaduais que sejam parceiros vigorosos.”

Patrus reconheceu que há municípios no Brasil nos quais a adesão aos programas sociais está muito abaixo da média nacional. No Rio, por exemplo, só 55% das famílias pobres estão inscritas no Bolsa Família, número que é 77% em todo o País. Ele se recusou a comentar explicitamente o motivo – “Não me cabe avaliar”, afirmou, depois de dizer que não é movido pelo “interesse da polêmica” -, limitando-se a repisar que o ministério está pronto para agir em parceria com Estados e municípios.

“A tradição política nossa tem problemas”, afirmou. “Somos herdeiros do coronelismo, do mandonismo, do clientelismo, do autoritarismo.” Segundo o ministro, muitos municípios e Estados não assumiram suas responsabilidades. “Muitos cruzam os braços e esperam os recursos porque é desagradável cobrar Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) dos eleitores, cobrar Imposto Territorial Rural (ITR, no momento ainda do governo federal) de fazendeiros amigos. Taxar quem pode pagar nem sempre é fácil. É mais fácil esperar a repartição do bolo do Fundo de Participação. O governo federal fica com o ônus de cobrar os impostos e depois distribuir.” Em resposta a participantes da audiência que pediram mudanças na economia, Patrus defendeu a política econômica do governo. condições para avançar”.

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