A confiança de Henrique Meirelles, ao decretar o fim da recessão, foi interpretada na base governista apenas como um importante esforço de animação. “Ele foi otimista cedo demais”, pondera o senador tucano Tasso Jereissati (CE). Tasso cita dados da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado. O órgão estima um déficit fiscal de R$ 182 bilhões para este ano, valor superior à meta de R$ 143 bilhões prevista na LDO.
Insaciável
O PMDB na Câmara quer o Ministério da Justiça desde o minuto que ficou vago. Diante da possibilidade de não tê-lo, passou a reivindicar a liderança do governo na Casa. Agora, pode levar os dois cargos, com Osmar Serraglio (Justiça) e Lelo Coimbra (líder). Mas continua insatisfeito. Deputados reclamam que os dois nomes não têm trânsito com toda a bancada e agradam mais ao presidente Temer. Alegam que as duas funções não têm prestígio suficiente para compensar a importância da bancada. E cobiçam pastas com orçamento maior como Saúde, Transportes, Educação e Cidades. Chegam até a ameaçar deixar o partido. No Planalto, ninguém acredita nisso.
Na crista da onda
Ao peregrinarem na Esplanada por recursos para obras, parlamentares e prefeitos têm recebido um “choque de realidade”. O discurso oficial é que não há dinheiro para novos projetos e a prioridade é concluir o que está inacabado. A exceção parece ser João Doria. Arrancou do presidente Temer verbas para 13 obras na capital paulista.
“O que Moreira Franco quis dizer é que não será fácil fechar questão no PMDB sobre a Previdência porque, talvez, como proposta, parece ser exagerada”
Renan Calheiros
Líder do PMDB no Senado, sobre a declaração do ministro de que o partido vai liberar a bancada na votação da reforma.
Causa perdida
Os senadores desistiram de tentar mudar o projeto que prevê nova rodada do programa de repatriação para autorizar a participação de parentes de políticos. Ninguém quer assumir publicamente a proposta. A aposta é que essa briga vai acabar no Supremo Tribunal Federal.
Isonomia
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Marcio Lacerda, aprova a ideia de tornar crime de responsabilidade a inadimplência da Previdência de funcionários públicos. “Na iniciativa de privada, é crime apropriar-se do INSS do empregado. Na gestão pública, também tem de haver responsabilização”, diz.
Onde está Wally?
Morando há menos de uma semana no Alvorada, o presidente Michel Temer já reclama da casa nova. Tem dito que o palácio é grande demais para a família. A maior queixa é que é quase impossível achar Michelzinho nos vastos cômodos.
Reserva de mercado
A “bancada da bala” quer liberar a venda de armas de alto calibre a empresas de vigilância. O projeto, do senador Waldemir Moka, diz que as armas devem ser de fabricação nacional para “estímulo à base industrial de defesa brasileira”. É a expansão da reserva de mercado da indústria bélica.
Arraial cultural
Primeira mulher a administrar Caruaru (PE), a prefeita Raquel Lyra quer recorrer à Lei Rouanet para financiar as festas de São João. No ano passado, o evento, uma das maiores festas nordestinas, custou cerca de R$ 15 milhões.
Romero Jucá, relator da medida provisória sobre regularização fundiária, tem pressa na votação. O projeto contribui para a agenda positiva de Temer.
