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VIVÊNCIA - “Sou feliz, mas quis dar um tom mais real a história”

Quando aquele marmanjo com ar de superioridade encher o peito no meio de uma roda de amigos para dizer que “o limite da criança é a imaginação” como se fosse a frase mais inovadora já pronunciada pelo homem, tenha um pouco de paciência. Mas acredite nele. Aos 10 anos, Monalisa Silvério da Silva prova que a infância é a pedra fundamental do sonho. E coloca no papel para mostrar que a brincadeira é coisa séria.

Depois de publicar o livro infantil “Meu Cavalo Coragem” em novembro do ano passado, a escritora volta a carga e lança “Minha Bolsa Mágica” hoje, a partir das 17h, na A S Livros do Praia Shopping, e amanhã, a partir das 16h, na livraria Siciliano, do Midway Mall. 

Na obra, ela é personagem de uma história que envolve a realidade de uma família que sobrevive, à duras penas, a partir da separação dos pais. Neste ambiente, um mundo mágico de objetos inanimados que ganham vida dentro de uma bolsa. “Mistura a vida real com a imaginação. É um livro para criança porque eu sou criança. Tem um pouco das brincadeiras de boneca também porque eu costumo chamar as minhas pelo nome… elas ficam tristes, alegres”, conta a autora que admite falar do próprio universo.

Outro ponto que chama a atenção na história é a ausência do final feliz. Ela foge do lugar comum e não esconde a admiração por outros autores. “Sou uma criança feliz. Tenho família, comida e casa. Mas queria um final mais real. Combinava mais com a história. Hoje gosto muito de Ana Maria Machado, Ruth Rocha e Cecília Meireles”, afirmou.              

 Monalisa revela que quando vai escrever tem o final da história na cabeça. Mas confessa que tem que “brigar” com os personagens para trazê-los de volta à sua realidade. “Eu penso o final, escrevo, mas tem hora que vai acontecendo algumas coisas. E preciso parar um pouco para voltar ao que eu queria, senão eles fogem e muda o final. Até agora, consegui manter todos os finais que tinha imaginado no começo”, disse até com certo tom de alívio.

A escritora cursa hoje a 5a série num colégio particular da cidade. Por sinal, escola continua sendo  a prioridade. Em semana de prova não tem computador. De fato, a rotina de casa não mudou desde que a família descobriu a pequena escritora em casa. Ela mesmo se surpreendeu. “Eu não percebi. Comecei a escrever uma história no computador do meu pai. Todo dia escrevia um pouco. Quando achei que tinha terminado, falei para o meu pai, que leu e falou para a gente publicar”, conta.  

O pai, Marcos da Silva, lembra que tomou um susto quando leu o esboço do que viria a ser o primeiro livro da filha, mas se sentiu suspeito para analisar a obra. “Quando li achei que tinha alguma coisa, mas como sou pai, achei melhor procurar outras pessoas para me certificar de que havia um conteúdo literário. E o pessoal da UFRN e alguns amigos disseram que eu estava certo.

A obra já chegou à escola de Monalisa. A professora dela adotou o livro na bibliografia do curso, o que causou uma situação, no mínimo inusitada, na turma. “É estranho estudar o meu livro, mas é legal também. Os colegas me perguntam coisas sobre ele. Inclusive, tive prova do livro essa semana. Ainda errei a questão onde a professora perguntou se era narrador personagem. Mas foi por pura falta de atenção”.

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