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Pequenas empresas sofrem

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Antonio Roberto Rocha 
Os negócios que trabalham com turismo vêm sendo um dos mais atingidos pelos efeitos da pandemia do coronavírus, em especial as pequenas empresas. Segundo dados do World Travel (WTTC), entidade mundial de viagens e turismo, em 2018 o turismo contribuiu com US$ 152,5 bilhões para o Produto Interno Bruto (8,1% do total). Ao todo, o segmento gerou 6,9 milhões de empregos. O levantamento ainda detalha que 99% dessa cadeia é composta por pequenas empresas. Elas representam 1,9 milhões de empreendimentos, divididos entre diferentes atividades, como agências de turismo, hotéis e pousadas, transporte, atrativos, eventos e até bares e restaurantes.
Germana Magalhães, coordenadora de Turismo do Sebrae, orienta que os empresários devem planejar como será a administração do negócio durante essa paralisação. Precisam, segundo ela, estruturar canais de atendimento com o cliente, visando a negociação das reservas  que possam ser utilizadas futuramente, seja remarcando ou gerando créditos, além de dar respostas e soluções rápidas a clientes e fornecedores.
“É essencial que a política de cancelamento seja flexibilizada ao máximo para que essa reserva seja remarcada, evitando o cancelamento e o reembolso. Em um momento como esse, reservas futuras podem garantir o fluxo de caixa mínimo”, orienta. Depois que todas as medidas emergenciais e de adaptações estiverem em curso, é importante – ainda segundo Germana – que o empresário comece a planejar iniciativas para a retomada da normalidade.
Setor de eventos é muito atingido
A real dimensão das consequências da pandemia do Coronavírus na economia brasileira ainda é impossível de ser avaliada. Mas os donos de pequenos negócios já enfrentam, em pouco mais de uma semana de crise, uma nova realidade com a perda de clientes e contratos, que impõe a adoção de um conjunto de medidas para reduzir o tamanho das perdas e permitir que as empresas continuem de pé.
Um dos setores mais prejudicados, sem dúvida, foi o de produção de eventos, atingido diretamente pelas medidas de restrição que proíbem a realização de reuniões, festas, congressos e outros eventos públicos. Dados levantados pelo Sebrae e pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) apontam que cerca de 95,4% do setor é composto por microempresas e empresas de pequeno porte, somando mais de 297 mil empresas.
A analista de Competitividade do Sebrae, Ana Clévia Guerreiro, que já foi palestrante do Fórum de Turismo do RN, afirma que os empresários devem investir toda a energia em negociação. Desde o alongamento de prazos e redução de juros até a negociação com fornecedores, donos de espaços de eventos, patrocinadores e parceiros. “É fundamental que os empresários conversem também com seus clientes sobre a remarcação dos eventos, em lugar do cancelamento”, ressaltou a analista.
Fátima Facuri, presidente da Associação Brasileira de Empresa de Eventos (Abeoc), destaca que os empresários precisam estar atentos a todas as medidas dos governos nas esferas federal, estadual e até municipal, já que algumas das decisões podem influenciar na questão de prazo para pagamentos, por exemplo. “Todos precisam ficar atentos às linhas de crédito. Nesse momento, elas podem auxiliar muito as pequenas empresas”, ressalta.
Dicas do Sebrae
Transfira o que for possível das atividades com sua equipe, fornecedores e clientes por canais à distância/ virtuais.
Comunique em todos os canais as medidas que a empresa está tomando relacionadas à política de cancelamento. Aproveite esse momento para demonstrar os serviços futuros.
Analise quais contratos podem ser negociados para depois, converse com os fornecedores.
Isole ambientes que ficaram parados durante este período.
Acompanhe e planeje o fluxo de caixa.
Converse com seus agentes financeiros sobre linhas de créditos e flexibilização de pagamentos de empréstimos
Mantenha-se ou se insira na governança do seu destino. Esse é o momento de se unir e trocar boas práticas.
Use o momento para refletir sobre o seu negócio, veja como ele está posicionado. Se reorganize para, quando essa fase passar, a empresa retorne mais fortalecida.
Pense em uma campanha de marketing associada ao destino no qual está inserido.
Avalie novos canais de comercialização e mantenha ainda mais forte o que a empresa já tem.
Crie conteúdos que demonstrem a experiência futura que o cliente terá, sempre deixando a mensagem que no momento ele precisa ficar em casa, mas que em breve o seu serviço ou produto estará ainda melhor para recebê-lo.
Aviação terá redução de 40% na receita
A aviação brasileira sofrerá um impacto negativo de US$ 7,7 bilhões em 2020 por conta da crise causada pela pandemia do coronavírus. O valor representa 40% de redução na receita na comparação com 2019. A projeção foi divulgada pela Iata, por meio de seu vice-presidente para as Américas, Peter Cerda. Mais de 61 mil empregos diretos devem ser perdidos neste cenário e, levando em consideração os indiretos, mais de 223 mil brasileiros serão demitidos em 2020, em decorrência da crise do covid-19.
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