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Pesquisa aponta avanço social no Brasil

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INDICADORES - A nutrição de crianças melhorou, mas as condições de habitação ainda são precárias no BrasilRio (AE) – A situação social do Brasil melhorou de 1995 a 2006, indica o Índice de Desenvolvimento Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (IDS-BNDES). O IDS, que pode variar de 0 a 1, subiu de 0,46 para 0,61 no período. O aumento deve-se, principalmente, à evolução dos indicadores de educação e saúde. Em 2006, foi a renda que puxou o aumento do desenvolvimento social. Os três fatores que compõem o IDS – educação, renda e saúde – melhoraram no período, constataram os autores do estudo – o economista Francisco Marcelo Rocha Ferreira; a coordenadora de Pesquisas Econômicas da instituição, Gisele Costa Norris; e a gerente de Gestão de Risco do banco, Lavínia Barros de Castro.

O índice foi criado este ano e, pela primeira vez, mostrou a evolução histórica dos indicadores entre 1995 e 2006, por meio da incorporação da série de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A educação é o pior dos três indicadores, mas é o que melhorou mais e mais consistentemente ao longo do período”, disse o Superintendente da Secretaria de Assuntos Econômicos do BNDES, Ernani Torres Filho.

O trabalho publicado pelo banco mostra que o IDS-Educação aumentou 59,5% de 1995 a 2006, de 0,34 para 0,54. No mesmo período, o IDS-Saúde subiu de 0,48 para 0,65. O IDS-Renda estava em 0,55 em 1995 e chegou a 0,65 em 2006, mas ao contrário dos outros dois componentes do índice geral, este teve um comportamento muito volátil e sua alta mais significativa foi só no último ano, quando saiu de 0,59 em 2005 para 0,65 em 2006.

De acordo com a PNAD, em 2006 a renda domiciliar por habitante subiu 7,4%. Por regiões geográficas, o maior crescimento foi o do Nordeste, que continua, porém, na pior situação social. O IDS da região Nordeste subiu de 0,13 para 0,35, o que é menos da metade dos índices da região Sul, de 0,71, e da Sudeste, de 0,77.

A pesquisa identifica a mudança de patamar no desenvolvimento social da região Centro-Oeste, que saiu de um nível intermediário entre as demais regiões, de 0,44 em 1995 para 0,65 em 2006, perto do Sul. Já o Norte quase não evoluiu no período, passando de 0,32 para 0,39. As maiores oportunidades para melhorar o desenvolvimento social e reduzir as disparidades regionais estão nos investimentos em saneamento e aumento da permanência das crianças nas escolas, principalmente no Nordeste e no Norte.

As maiores diferenças entre regiões aparecem em relação ao saneamento, onde há estados com cobertura de mais de 80%, contrastando com a situação de outros, como o Amapá, que tem apenas 1,7% dos domicílios com rede coletora de esgoto. Os economistas estão otimistas no sentido de que a tendência é de o IDS continuar melhorando. Um dos principais motivos para isso são as perspectivas de crescimento da economia brasileira a um ritmo de cerca de 5% neste ano e nos próximos anos, o que deve elevar a renda.

Eles destacaram também a necessidade de continuidade de políticas do governo, como o Bolsa Família, e ressaltaram a importância dos investimentos em saneamento previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para reduzir as desigualdades sociais e regionais. “O sucesso do PAC Saneamento deverá, porém, atuar mais no médio prazo, particularmente para a redução das diferenças sociais”, diz trecho final do estudo.

ONU muda relatório sobre cidades violentas

Genebra (AE) – O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), comprou uma briga com a ONU e fará com que a entidade modifique seu mais completo relatório já feito sobre a situação das cidades no mundo. O documento, lançado há três meses, indicava que a cidade de São Paulo seria responsável por 1% dos homicídios do mundo. Depois das queixas do governador, as Nações Unidas aceitaram revisar o documento, antecipado com exclusividade pela “Agência Estado”. “Não é o primeiro estudo internacional apresentado com erros ou de forma errada.No passado tivemos problemas com a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, afirmou Serra.

De fato essa não é a primeira vez que Serra compra uma briga com a ONU. Quando era ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, o atual governador contestou um ranking produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que colocava o Brasil como tendo um dos piores sistemas de saúde entre os países emergentes. Na época, Serra montou uma ofensiva diplomática junto com outros países que também ficaram desapontados com suas classificações no ranking. O resultado foi que, desde então, a ONU parou de publicar listas sobre a saúde.

No caso da violência em São Paulo, Serra foi obrigado a apelar para a ajuda do chanceler Celso Amorim. O ministro das Relações Exteriores deu ordens para que a diplomacia questionasse a ONU e um pedido de desculpas foi oficialmente feito, além da promessa de revisão dos números. Segundo o governo, a taxa de homicídios em São Paulo foi de 18,39 por cada 100 mil habitantes. Para 2007, Serra espera que a taxa caia para 11,8 por casa 100 mil. Uma carta ainda foi enviada pelo governo ao secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, relevando a “insatisfação do País quanto à imprecisão dos dados divulgados”.

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