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Petistas reagem ao crescimento do Psol

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Brasília (AE) – A candidatura presidencial de Heloísa Helena (PSol) incomoda o Palácio do Planalto. Um dia depois da divulgação de pesquisa do Datafolha que apontou um salto de 6 para 10 pontos percentuais nas intenções de voto em Heloísa, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, criticou ontem, pela primeira vez, a ex-petista – cujo desempenho ameaça levar a eleição para o segundo turno, tudo o que não deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tarso lembrou iniciativas do PSol, como o movimento contra o programa Universidade para Todos (de distribuição de bolsas em universidades privadas), críticas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e ao Bolsa Família. “Que candidatura de esquerda é essa que é contra pobre entrar na universidade? Que candidatura de esquerda é essa que é contra o Fundeb, que amplia o ensino básico de maneira espetacular nas regiões mais pobres do País? Que candidatura se apresenta como popular e é contra o Bolsa Família, que inclui na sociedade formal milhares de pessoas?”, atacou.

O ministro disse que o governo sempre “notou a existência” de Heloísa, já que a senadora nunca poupou Lula de críticas. Mas, até agora, nem o Planalto nem o comando de campanha petistas tinham se dado ao trabalho de criticar o PSol ou a senadora.

Tarso atribuiu o crescimento da candidatura de Heloísa justamente aos seus ataques: “Ela está fazendo uma campanha mais ofensiva, atacando os dois candidatos, num negativismo absoluto, em quem ninguém presta, só ela. Isso atende a expectativa de uma parte da população.”

Em tom sarcástico, Tarso afirmou que, a esta altura, a candidata da PSOL representa um problema é para o tucano Geraldo Alckmin, que aparece em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Lula. O ministro chegou a dizer que poderia haver um segundo turno não entre PT e PSDB, mas entre Lula e Heloísa.

“Ela cresceu entre os indecisos, que era a expectativa de crescimento de Alckmin”, avaliou. “O governador é que deve estar preocupado.” Tarso se deu ao trabalho de analisar como seria o segundo turno entre Lula e Alckmin. “Teríamos duas propostas bem nítidas. Uma proposta de esquerda com uma coalizão de centro-esquerda e uma proposta de um partido que se coloca como esquerdista e que na verdade diz que sequer precisa do congresso para governar”, cutucou. Já as propostas dos tucanos são “ambíguas” e “não tem nitidez”, disse o ministro.

Heloísa Helena comemora evolução de quatro pontos

Fortaleza (AE) – A senadora Heloisa Helena (PSol) não escondeu seu entusiasmo com o desempenho na pesquisa Datafolha, divulgada na terça-feira à noite, que apontam crescimento dela em 4 pontos, que colocam pela primeira vez com dois dígitos, com 10% de intenção de votos para a presidência da República. “Virei candidata”, disse aos risos a senadora ao iniciar uma entrevista coletiva na sede do partido em Fortaleza, onde fez campanha. “Quero agradecer de coração a generosidade, o carinho, a delicadeza de mulheres e homens espalhados pelo Brasil que têm demonstrado isso (a intenção de voto nela)”.

A candidata ressaltou as dificuldades em fazer uma campanha modesta e manteve duras críticas aos dois principais candidatos à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) e Lula (PT). “Somos sobreviventes acostumados inimagináveis, como socialistas, como militantes da esquerda ao longo da nossa história”, disse. “Um tem o aerolula, o outro com jatinhos e helicópteros cortando o céu do Brasil e a gente com avião de carreira”, lançou. “A gente não consegue estar em muitos lugares ao mesmo tempo mas vamos a todos os Estados, independente do número de votos que cada lugar tem”, prometeu.

Sem citar nomes, a senadora reclamou recorrentes vezes de um ministro de Lula (Tarso Genro) que teria afirmado que ela acabaria com o Bolsa Família se eleita. “Acho muito feio isso, muito desqualificado, ridículo até um emissário do Lula dizendo que eu vou acabar com o Bolsa Família”, disse a senadora.

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