A Petrobras vai gastar R$ 2,6 bilhões entre investimentos e custeio no Rio Grande do Norte, em 2007, além de perfurar 422 novos poços, mais do que dobrando o atual número de poços perfurados o ano passado, com a contratação de equipamentos (sondas e unidades de bombeio, entre outros). O montante, foi anunciado ontem pelo gerente geral da Unidade de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará, Fernando Lima, representando um acréscimo de R$ 800 milhões no total investido pela companhia no Estado em relação a 2006.
As principais metas da Unidade para os próximos cinco anos são garantir a produção de 115 mil barris/dia de óleo e LGN em 2011, representando um aumento da ordem de 35% sobre o volume atual de 85.400 barris/dia. Antes de anunciar os investimentos, Fernando Lima foi recebido em audiência pela governador Wilma de Faria onde apresentou à governadora, o Plano de Negócios para o período de 2007 a 2011. Dos novos projetos desenvolvidos pela empresa, quatro devem ser iniciados ainda no próximo ano. O primeiro é a construção do Aqueduto de Ubarana, que vai ampliar em 8.500 barris por dia a produção de óleo. O outro é a implantação do Projeto Integrado de Produção de Gás, que vai aumentar em 1,3 milhão de metros cúbicos/dia a produção de gás natural.
O terceiro projeto é de implantação de um novo sistema de injeção de água para incrementar em 19.900 barris de petróleo por dia a produção do Canto do Amaro, em Mossoró. Já no município de Alto do Rodrigues, a Petrobras pretende injetar vapor em campos terrestres, o que deve resultar num acréscimo na produção de 12 mil barris diários de óleo. “Estamos investindo em tecnologia e na perfuração de novos poços para reverter o declínio da produção de petróleo e melhorarmos ainda mais o desempenho do Rio Grande do Norte”, justificou Lima. Juntos, os quatro projetos devem gerar cerca de 11 mil empregos durante a fase de execução das obras.
De acordo com o Plano de Negócios apresentado ao Governo do Estado, esta vai ser a primeira vez que a Petrobras vai investir mais de R$ 3 bilhões na Unidade do Rio Grande do Norte e Ceará, sendo que mais de 80% desse valor deve ficar em território potiguar, onde se concentra a maior parte da produção. Do total de R$ 2,6 bilhões destinados ao Estado em 2007, R$ 112,48 milhões vão ser empregados na exploração de poços, que devem saltar de 197, em 2006, para 422 no próximo ano. Em 2006, o montante aplicado no Estado foi de R$ 1,8 bilhão.
A governadora Wilma de Faria aproveitou o encontro com a diretoria da Petrobras para solicitar um maior envolvimento da empresa com o Governo do Estado, ampliando a parceria já existente. O pedido foi reforçado pelo secretário estadual de Planejamento e Finanças, Vágner Araújo. “Iniciamos um novo momento com a Petrobras, de retomada de um processo de diálogo permanente com o governo”, destacou o secretário.
Projeto do Pólo-Gás Químico será concluído em 2007
As metas da Petrobras no Rio Grande do Norte para os próximos anos também foram anunciadas pelo gerente geral, Fernando Lima. Uma delas é a implantação do Pólo Gás-Químico, tendo como pilar o projeto integrado de produção de PVC a partir do etano, cujo estudo de viabilidade técnico-econômica deve estar concluído em maio de 2007. Outra ação, já em execução, é a de interiorização do gás natural, em parceria com o Governo do Estado: até o momento já foram construídos postos de Gás Natural Veicular (GNV) em Assu, Currais Novos e Caicó. O próximo passo é a instalação do Gasoduto Assu-Seridó, que deve ser implantado após a conclusão da Usina Termelétrica Termoaçu.
A Petrobras também pretende instalar a Unidade de Produção de Gasolina Automotiva, orçada em 66 milhões de dólares e cujas obras devem ser concluídas até 2010. A empresa também quer ampliar suas plantas experimentais de biodiesel: duas delas já estão em atividade com capacidade para produzir 6.000 litros do combustível por dia, cada, e a produção de energia eólica.
Em trinta anos de atuação no Rio Grande do Norte, a Petrobras investiu cerca de 14,7 bilhões de dólares no Estado. Atualmente, a estrutura da empresa em território potiguar inclui 25 plataformas marítimas de produção, uma planta de Querosene de Aviação (QAV), duas unidades de biodiesel, 51 campos e 4.700 poços em atividade. A Petrobras desenvolveu ações, não só no segmento de fontes de energias, mas também na cultura, meio ambiente, esportes e na área social. No RN, a empresa ganhou notabilidade nacional como a maior produtora terrestre de petróleo no Brasil, com 51 campos e 4700 poços produtores. A Companhia também produz em 12 campos marítimos, com 106 poços e 25 plataformas em operação.
A Petrobras também contribui para o desenvolvimento do Estado e 92 municípios com o pagamento mensal de royalties, calculados sobre a produção de petróleo e gás natural na Bacia Potiguar. De 2003 a 2006 os valores repassados ao RN totalizam R$ 1,1 bilhão, tendo sido pagos R$ 302 milhões somente até novembro deste ano ao governo estadual e municípios produtores. Com relação aos impostos estaduais e municipais a empresa recolheu R$ 1,2 bilhão de 2003 a 2006.
Qualificação profissional também é meta
Outros investimentos estão previstos com o objetivo de ampliar o Plano Nacional de Qualificação Profissional, possibilitando a abertura de 70 mil vagas para a qualificação de mão-de-obra para o setor de petróleo e gás nas empresas prestadoras de serviços e público em geral, através do Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural (Prominp). No RN serão beneficiadas 1.320 pessoas com cursos de níveis básico e médio, além da capacitação de empresas para certificação em sistemas de gestão (ISO e OHSAS); rodadas de negócios do segmento óleo e gás em Mossoró; cursos de licenciamento ambiental em Natal e implantação do Centro de Qualificação Profissional (Cequal), em Mossoró, destinado às atividades de caldeiraria, eletricidade e mecânica.
