quinta-feira, 28 de março, 2024
29.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

Petrobras confirma que vai adiar planos e projetos para 2009

- Publicidade -

PETRÓLEO - Haroldo Lima participa da reunião da 10ª rodada onde serão licitados 35 blocos na bacia potiguar

Rio – A poucas semanas de divulgar a revisão de seu plano estratégico – já adiado por pelo menos quatro vezes – a Petrobras está decidida a postergar projetos e priorizar apenas os que tenham retorno rápido e propiciem e a retirada de óleo leve. A afirmação foi feita ontem pelo gerente geral de novos negócios da área de Exploração e Produção da Petrobras, José Jorge de Moraes Júnior, em entrevista após participar do 12º Congresso Brasileiro de Energia, realizado no Rio.  O cenário de crise econômica mundial, que acarreta uma maior dificuldade de obtenção de crédito, e o preço do barril de petróleo, abaixo de US$ 60, são as principais causas dessa revisão nos planos da empresa. “São ajustes que precisavam ser feitos e que vão aparecer no plano estratégico que a companhia vai divulgar em dezembro”, disse Moraes Júnior. 

Segundo ele, a idéia é postergar todos os projetos que visavam a antecipação da produção em campos de óleo pesado e também aqueles que tinham como objetivo o aumento da produção de campos maduros. As áreas do pré-sal e os reservatórios em que a Petrobras já possui infra-estrutura instalada e que tenham indícios de óleo leve (com maior retorno econômico) serão priorizados no curto prazo para garantir a manutenção da curva de produção, segundo ele. 

Moraes Júnior não detalhou projetos que serão alterados, mas citou ao menos o BC-10 – no Parque das Conchas, e operado pela Shell – que está entre os que serão antecipados de 2010 para 2009.  Ele admite, no entanto, que os atrasos em alguns projetos que estavam até agora sendo considerados importantes podem prejudicar a curva de produção da companhia em 2012 ou 2013. “Mas nada de muito significativo, principalmente porque até lá a expectativa é de que o preço do barril no mercado internacional já tenha estacionado num patamar mais alto e isso deverá viabilizar estes projetos novamente”, disse. 

Segundo Moraes Júnior, a Petrobras já confirmou o interesse em participar da 10ª Rodada da ANP, que acontece em dezembro, e tem interesse nas áreas maduras das bacias do Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Potiguar.

SONDAS

José Jorge de Moraes Júnior, afirmou também que a licitação para a construção das 28 sondas de perfuração em elevada profundidade, que seriam encomendadas ainda este ano no mercado nacional, foi adiada para 2009. “Não há mais condições para fazer esta licitação este ano”. Por outro lado, o executivo disse que a crise econômica pode trazer um arrefecimento nos preços destes equipamentos no curto prazo, o que permitiria à Petrobras reduzir seus custos de exploração e produção na área do pré-sal. Ele garantiu que o atual preço do barril de petróleo, na casa de US$ 60, não compromete o desenvolvimento do pré-sal e que esta área será uma das prioridades da empresa. 

Segundo Moraes Júnior, a companhia pretende voltar a perfurar em 2009 os blocos de Jupiter, Iara e ainda o prospecto de Azulão (antigo Ogum) que é operado pela Exxon na área em torno de Tupi, na Bacia de Santos. A idéia, segundo ele, é que estejam operando naquela região 14 sondas de perfuração em 2012, e que a área já esteja produzindo um milhão de barris em 2015.  Indagado sobre a necessidade de unificação das áreas do pré-sal e de que forma que isso atrapalharia os planos de desenvolvimento, ele comentou que “ainda é cedo para avaliar”. “De acordo com estudos preliminares que possuímos, há a perspectiva de que 50% de toda a extensão de 800 quilômetros em que identificamos a camada de sal esteja nas mãos da União, ainda sem concessão”, disse. 

Sondas contratadas para o RN continuam a operar

A Petrobras informou que as sondas que estão chegando para a perfuração e produção de poços no Rio Grande do Norte não estão envolvidas no cancelamento de contratos. O problema está relacionado apenas aos planos para o pré-sal. Contudo, a estatal ainda não se pronunciou sobre como ficarão os investimentos na bacia potiguar diante das revisões que a empresa vem fazendo devido à crise.

Este mês, desembarcaram três sondas de perfuração no Porto de Natal. Juntas, têm mais de 1,3 mil toneladas e foram contratadas por R$ 100 milhões cada uma, para oito anos de uso. Com esses equipamentos, que vieram da China, a Petrobras fechará este ano com cinco sondas de perfuração próprias e onze contratadas. No primeiro semestre do próximo ano, virão outras sete sondas, estas de completação (produção).

Todas essas sondas que vêm para o RN foram contratadas antes do estouro da crise financeira internacional. Questionada duas vezes este mês pela reportagem da TRIBUNA, a representação local da Petrobras informou que eventuais modificações nos projetos e investimentos do RN – cujo maior destaque é a fábrica de gasolina – só devem ser divulgados junto com o planejamento estratégico geral da empresa. Essa divulgação já foi adiada quatro vezes.

A companhia também não informou quanto dos R$ 1,5 bilhão previstos para investimentos no RN este ano já foram aplicados. Mas a expectativa é que até o fim do ano esta meta seja atingida.

ANP promove em Natal rodada sobre produção

Será realizado amanhã, às 10h,30, na Federação das Indústrias do RN, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)  o Fórum da 10ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural. Segundo o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, que participará do evento, o Fórum tem como objetivo discutir e apresentar as condições para que o Rio Grande do Norte possa participar das licitações.

 A 10ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios será realizada nos dia 18 e 19 de dezembro, no Rio de Janeiro. Parte dos blocos oferecidos no Rio Grande do Norte está nos municípios de, Apodi, Baraúna, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Mossoró e Upanema.

 Na rodada, 35 blocos que serão licitados ficam próximos a diversos campos produtores como Acauã, Rio Mossoró, Pajeú, Upanema e Lorena. Os lances mínimos para os blocos da bacia variam de R$ 140 mil a R$ 438 mil. A região onde as áreas estão localizadas apresenta boa infra-estrutura de rodovias, oleodutos e gasodutos, portos, a Unidade de Produção de Gás Natural de Guamaré e centros urbanos importantes como Mossoró e Macau.

 Além da Bacia Potiguar, os 130 blocos terrestres da 10ª. Rodada estão divididos em outras seis bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Parecis, Recôncavo e São Francisco. No total serão oferecidos aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados em áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural.

 Dos 130 blocos que serão ofertados, 100 estão em bacias maduras, sendo 35 blocos na bacia Potiguar, 21 no Recôncavo e 44 na bacia Sergipe- Alagoas. Estas três bacias representam cerca de 10% da produção de petróleo no Brasil atualmente. A oferta de áreas em bacias maduras tem como objetivos incentivar a produção em terra e dar oportunidade a empresas de pequeno e médio porte de atuarem no país.

 Os outros 30 são blocos em novas fronteiras exploratórias, dos quais 7 na bacia Amazonas, 5 na bacia do Paraná, 6 na de Parecis e 12 blocos na bacia de São Francisco. A inclusão de blocos em bacias de nova fronteira é importante para aumentar o conhecimento geológico das bacias sedimentares brasileiras e permitir a descoberta de novas províncias petrolíferas.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas