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Petrobras continua entre preferidas apesar de incertezas

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A suspensão do aumento dos preços do diesel, a pedido do presidente Jair
Bolsonaro, trouxe incertezas sobre a política de preços da Petrobras,
mas não o suficiente para que bancos e corretoras que participam da
Coluna tirassem as ações da estatal da lista de Top Picks para a próxima
semana. Apenas XP Investimentos e Modalmais retiraram os papéis do
portfólio. As ações continuam na carteira de outras seis casas.

Petrobras escolheu a 3R Petroleum para explorar 34 campos maduros no RN a R$ 1,8 bilhão

Sabrina Cassiano, analista da Coinvalores, avalia que o revés no
reajuste dos preços do diesel aumenta a percepção de risco quanto a
possíveis ingerências governamentais. “A agenda positiva das últimas
semanas, com destaque para o desfecho da cessão onerosa e a venda da
TAG, ainda geram boas perspectivas, em termos operacionais e
financeiros, porém, agora, as atenções ficarão voltadas para a
continuidade, ou não, da política de preços”, avalia. A corretora
manteve Petrobras PN na carteira.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Wealth Management, o anúncio
de um aumento próximo a 6% para o diesel, que depois foi postergado,
trouxe uma situação de desconfiança, o que explica a queda livre das
ações da estatal na B3. O profissional pondera, no entanto, que o
cenário para a Petrobras segue positivo, já que a empresa tirou dois
esqueletos do armário: a Tag e a cessão onerosa.

“Agora a busca será pela aceleração da venda de ativos, inclusive no
segmento de refinaria, retirando este fator monopólio na definição dos
preços, o que evitaria este evento do reajuste anunciado e retirado na
sequência. Assim valeria a lei do mercado”, destaca. A Mirae segue com
recomendação de compra para as ações.

A Guide também incluiu Petrobras PN na carteira. Para a corretora, no
curto prazo alguns catalisadores sustentam a recomendação, como a
continuidade da venda de ativos onshore e expectativa de maior volume de
produção para este ano, viabilizado pela curva de crescimento das
plataformas recém-instaladas, que deverão impulsionar margens e geração
de caixa operacional em 2019.

As ações preferenciais da estatal também continuam entre as preferidas
do BB-BI, Bradesco BBI e Santander. Na sexta-feira, com a confusão em
torno da política de preços, as ações da Petrobras perderam R$ 32
bilhões em valor de mercado.

A Mirae fez nesta semana apenas uma troca na carteira com inclusão de
Vale ON no lugar de Usiminas PNA. Sobre a mineradora Galdi destaca a
recente escalada dos preços do minério de ferro gerada pela redução de
oferta do produto pela própria Vale após a tragédia de Brumadinho, e a
redução momentânea da produção da commodity pela BHP afetada por um
ciclone tropical na Austrália Ocidental.

A Guide, além da Petrobras, também incluiu Sabesp ON entre as
preferidas. Para a corretora, as ações da empresa de água e saneamento
podem destravar ainda mais valor devido à perspectiva de sua
privatização, dado a expectativa de menor interferência política em suas
decisões, alinhando seus objetivos à indústria, com melhora de
governança e administração.

Já a XP, com a saída de Petrobras PN, incluiu AES Tietê Unit. Modalmais
trocou toda a carteira que agora passa a contar com Vale ON,
EcoRodovias, Santander Unit, SulAmérica Unit e Klabin Unit. Nova Futura
também renovou todo o portfólio com a entrada de BB Seguridade ON,
Braskem ON, Grendene ON, Localiza ON e Rumo ON.

Termômetro
O mercado reduziu o otimismo sobre o desempenho do Ibovespa na próxima
semana, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa, que tem por objetivo captar
o sentimento de operadores, analistas e gestores para o comportamento
do índice na semana seguinte.

Entre 34 participantes, a expectativa de alta para o índice ficou em
41,18%, ante 75,00% na edição anterior, enquanto a percepção de queda
saltou de 10,71% para 32,35%. Os que veem estabilidade representam
26,47% do universo, ante 14,29% na última pesquisa. A Bolsa apurou perda
de 4,36% nesta semana.

A semana da Páscoa é mais curta nos mercados aqui e no exterior, com o
feriado da Sexta-feira da Paixão. Antes, porém, as atenções estarão em
Brasília, na tramitação da reforma da Previdência. Estava prevista para o
dia 17 a votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara, do parecer favorável à admissibilidade da reforma apresentado
pelo relator Marcelo Freitas (PSL-MG), mas, ao mesmo tempo, o presidente
da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), deve pautar também na próxima
semana a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna o Orçamento
impositivo.

Ainda, seguirão no radar possíveis desdobramentos da decisão do
presidente Jair Bolsonaro de suspender o reajuste nos preços do óleo
diesel que havia sido determinado pela Petrobras, que foi considerada
“catastrófica” pela área econômica do governo. Na terça-feira, Bolsonaro
se reúne com membros da estatal para discutir a decisão.

A agenda local de indicadores tem como destaque o Índice de Atividade
Econômica do Banco Central (IBC-Br). No exterior há uma bateria de dados
relevantes na China, como PIB, produção industrial e vendas no varejo.
Também são esperados dados da indústria e varejo norte-americanos. Na
quarta-feira, será divulgado o Livro Bege do Federal Reserve.

Estadão Conteúdo
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