Rio – A Petrobras anunciou ontem uma nova descoberta de petróleo de boa qualidade na Bacia de Santos. Desta vez, o reservatório foi encontrado em um bloco chamado BM-S-9, a 273 quilômetros de Ilha Bela, no litoral norte de São Paulo. Trata-se da terceira descoberta importante em águas profundas na região: desde o ano passado, já houve anúncios referentes aos blocos BM-S-10 e BM-S-11. Neste último, a Petrobras finaliza testes de produção que podem confirmar a existência de um megacampo batizado de Tupi.
Com relação à descoberta anunciada ontem, a companhia ainda necessita perfurar novos poços antes de confirmar a viabilidade das reservas. O primeiro poço produziu uma média de 2,9 mil barris de petróleo e 57 mil metros cúbicos de gás natural por dia – segundo a empresa, o volume de produção foi limitado pela capacidade das instalações utilizadas. O petróleo tem 27º API (unidade de medida da qualidade do óleo, segundo a qual, quanto mais perto de 50º, melhor). “A partir deste novo resultado positivo confirma-se, mais uma vez, o momento histórico da exploração de petróleo no Brasil e, particularmente, na Bacia de Santos”, informou a companhia, em nota oficial.
O texto afirma, porém, que novos investimentos serão necessários, inclusive para o desenvolvimento de tecnologia, antes da comprovação da descoberta. Para isso, o consórcio, formado ainda pela britânica BG e pela espanhola Repsol, vai propor um plano de avaliação do reservatório à Agência Nacional do Petróleo (ANP). O anúncio deve acirrar a disputa pelo setor de águas profundas no próximo leilão de áreas exploratórias da ANP, marcado para novembro. A agência vai oferecer 20 blocos na região onde estão as três descobertas da estatal – uma das ofertas terá preço mínimo de R$ 214 milhões, o terceiro mais alto do leilão. A própria Petrobras já afirmou publicamente que pretende brigar pelas novas áreas. O interesse reflete as expectativas de que a área torne-se a próxima grande província produtora no País. Apenas no campo de Tupi, os sócios da Petrobras estimam a existência de até 10 bilhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás), dos quais cerca de 20% seria recuperáveis.