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Petrobras e Ceará Steel negociam

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Brasília – O impasse em torno do projeto da Ceará Steel – a siderúrgica  do Ceará – deve persistir ao longo da próxima semana. Participantes das negociações  entre a Petrobras e o governo do Ceará disseram que “possivelmente” até a sexta-feira  da próxima semana os técnicos das duas partes chegarão a um entendimento. Porém,  a solução do problema dependeria ainda do aval do comando da Petrobras, dos  sócios da siderúrgica e do governo cearense.

Além de uma disputa econômica envolvendo o preço do gás que a Petrobras fornecerá  à siderúrgica, a crise em torno da Ceará Steel tem pesadas implicações políticas.  Hoje, o Estado é governado por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT), que vêm criticando uma suposta “má vontade” da Petrobras em achar uma  solução para o impasse. Na quinta-feira, o deputado cearense Ciro Gomes (PSB),  ex-ministro e importante aliado de Lula, saiu do Ministério de Minas e Energia  irritado, dizendo que o comportamento da estatal é “esquisito, estranho, pouco  profissional e suspeito”.

O principal foco da discórdia é a remuneração da Petrobras para vender 1,2  milhão de metros cúbicos de gás ao projeto. Segundo um dos negociadores, a Petrobras  alega que o fornecimento só seria viável se ela receber pelo combustível o equivalente  a cerca de US$ 5,80 por milhão de BTUs (unidade de medição do gás).

O combustível  em questão seria importado pela Petrobras na forma líquida (Gás Natural Liquefeito-GNL)  e reconvertido em gás no próprio Ceará.

Esses US$ 5,80 por milhão de BTUs equivalem a uma projeção da média da cotação  internacional do GNL ao longo de 20 anos – prazo do contrato de fornecimento  que pode ser fechado entre a Petrobras e a siderúrgica. Mas, disse um dos negociadores,  por enquanto a estatal tem garantido o recebimento de apenas US$ 3,20 por milhão  de BTU, dos quais parte seria desembolsada pela siderúrgica e parte viria de  contrapartidas do governo cearense.

Faltariam, então, US$ 2,60 por milhão de BTUs para “fechar a conta”. Ao longo  dos 20 anos de contrato, essa diferença apontada pela Petrobras equivaleria  a algo entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões.

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