A Usina Eólica piloto que a Petrobras mantém em Macau recebeu este mês o registro de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), primeiro da estatal no país. O título vai permitir que a Petrobras possa usar a energia eólica produzida no Rio Grande do Norte para comercializar créditos de carbono.
De acordo com a Petrobras, a utilização da energia eólica gerada em Macau evita a emissão de cerca de 1,3 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano na atmosfera. Cada tonelada equivale a um crédito de carbono. Este, por sua vez, vale entre 5 e 12 euros, ou entre R$ 14,3 e R$ 34,3, de acordo com o site Monitor Mercantil. Desta forma, a estatal poderá lucrar algo em torno de R$ 18,5 mil e R$ 44,7 mil com a comercialização dos créditos.
No entanto, a Petrobras ressalta que o título foi resultado de sua busca pela preservação do meio ambiente. Tanto que os possíveis lucros com a venda de créditos de carbono demorariam várias décadas para cobrir o investimento que foi necessário para obter o registro MDL. O projeto, que consumiu R$ 6,7 milhões, consistiu na substituição de dois geradores elétricos e de uma bomba mecânica – ambos movidos a óleo diesel – por três geradores eólicos que totalizam 1,8 MW. De acordo com a Petrobras, a obtenção do registro foi resultado de um processo que incluiu análise rigorosa e várias etapas de validação e certificação junto a órgãos nacionais e internacionais. Agora, está sendo iniciada a etapa de monitoramento, durante a qual será verificado anualmente o nível de emissões evitadas. Esses resultados são pré-requisitos para que a Petrobras receba os créditos de carbono que poderão ser negociados com empresas dos países que têm a obrigação de reduzir suas emissões.
Saiba mais
Créditos de carbono são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional, dando um valor monetário a poluição. Acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto determinam uma cota máxima de poluição que países desenvolvidos podem emitir.