quinta-feira, 25 de abril, 2024
24.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Petrobras quer fim do álcool hidratado

- Publicidade -

Ribeirão Preto, (SP) – A produção exclusiva do álcool anidro, tanto para  a mistura à gasolina como para o abastecimento dos carros flex fuel, e o fim  do uso do hidratado, foi defendida ontem pelo gerente de Álcool e Oxigenados  da Petrobras, Silas Oliva Filho, e por usineiros que participam do seminário  Cenários da Safra Canavieira 2006/2007, em Ribeirão Preto (SP).  O assunto surgiu por acaso, mas centralizou as discussões do painel sobre a  competitividade do combustível na matriz energética brasileira. De acordo Oliva  Filho, a produção exclusiva de anidro no Brasil padronizaria a estrutura logística  para o etanol, facilitaria as negociações do combustível no exterior e ainda  ampliaria os negócios feitos na bolsa. 

Atualmente, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) negocia apenas contratos  de álcool anidro, o que deixa de fora desse mercado, ao menos a metade da produção  do combustível do Brasil, ou cerca de 8,5 bilhões de litros, fora desse mercado  futuro. “É uma sugestão que, principalmente, seria uma grande forma de agregar  valor ao produto e facilitaria torná-lo uma commodity mundial”, explicou o gerente  da Petrobras. “Além disso, os custos de transporte seriam menores, já que hoje  as distribuidoras pagam para transportar a água (que representa 7% do álcool  hidratado)”, completou. 

Já o usineiro e conselheiro da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo  (Unica), Maurílio Biagi Filho, afirmou que a unificação da produção no álcool  anidro reduziria a zero a adulteração e seria o ponto de partida para um novo  ciclo do combustível. “Seria até interessante que déssemos um novo nome para  esse álcool”, opinou.

Apesar de o álcool anidro custar cerca de 10% mais caro do que o hidratado durante  o período da safra, o consumidor não seria penalizado porque os veículos que  passassem utilizar anidro puro também gastariam menos combustível. Já o gerente  de desenvolvimentos de produto da Unidade de Sistemas de Gasolina da Bosch,  Fábio Ferreira, classificou a idéia como “um sonho de toda a indústria automotiva”. 

Segundo ele, a água dá ao álcool hidratado uma maior condutividade e um maior  poder de corrosão na parte mecânica do motor. Ainda de acordo com Ferreira,  o uso de anidro puro não traria problemas mecânicos veículos antigos que são  movidos exclusivamente a álcool hidratado.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas