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Petroleiros planejam greve de cinco dias, a partir de 6ª

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Sara Vasconcelos
Repórter

Apesar de não ter concluído a  a rodada de sessões deliberativas, mas já contando com 71% de aprovação da categoria, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande Norte (Sindipetro RN) tem por certo uma greve de cinco dias, a partir do dia 29 deste mês. A última assembleia será realizada na quarta-feira (27), em Natal, onde, segundo o presidente do Sindipetro, José Araújo, deverá ser ratificada a greve. As sessões para discussão do assunto foram iniciadas na última quarta-feira, 20, em todas as bases administrativas e operacionais da companhia no Estado.
Araújo, presidente do Sindipetro: Greve deve parar setores nas áreas administrativa e operacional
Na terça-feira (26), uma mobilização nacional deve paralisar as atividades em todos os estados. O ato público Dia Nacional de Luta, explica o coordenador geral do Sindipetro,  “rechaça a decisão da direção da Petrobras de vender campos petrolíferos e outros ativos e busca barrar o processo de desmonte da companhia”.

A greve será de cinco dias corridos e deverá paralisar a atividade em todos os setores, tanto administrativo, quanto o operacional em terra e mar. Sobre  a manutenção de 30% do efetivo, previsto em lei, deverá ser definido após a assembleia de Natal. Com esse percentual aprovado, de 71%, frisa o presidente do Sindipetro, a “decisão é irreversível” mesmo concluindo a deliberação, só quarta-feira, em Natal.

“A ideia  não é prejudicar a sociedade, mas alertar para os prejuízos que a privatização causará para 150 mil famílias que são diretamente afetadas, além de impactar na arrecadação de royalties e ICMS para o estado e municípios. Por ano, são R$ 1,5 bilhão em royalties para o Estado”, afirma o sindicalista.

Campos
No Rio Grande do Norte, a  Petrobras vai repassar 38 campos de petróleo em terra para a iniciativa privada, o que  representa 58,82% do total de campos da estatal em produção terrestre no estado, seja sozinha ou como concessionária majoritária em parceria com outras empresas. São 38 concessões, nos Polos de Riacho da Forquilha (34) e Macau (04), englobando uma produção diária de cerca de 15 mil barris equivalentes (boed).

 Outros 50 campos, localizados nos estados do Ceará, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo, também terão os direitos de exploração cedidos. “Eles querem privatizar e repassar toda a planta no Nordeste por US$ 150  milhões, quando em apenas dois campos potiguares, Macau e Riacho da Forquilha, em Apodi, geram US$ 172 milhões por ano”, avalia o petroleiro. Segundo ele, empresas menores não tem capacidade de oferecer postos de trabalho nas mesmas condições, tampouco capacidade de exploração, como a estatal.

A decisão da Petrobras de vender ativos, explica Araújo, atinge tanto as operações da indústria extrativa em petróleo e gás, responsável por 22% do PIB da indústria potiguar, quanto a indústria de transformação com a produção de gás de cozinha, óleo diesel e querosene de aviação (QAV) no Estado, além de fornecedores, prestadores de serviços e profissionais liberais.

Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que a Petrobras chegou ao final de 2015 com 68 campos terrestres em produção e outros 3 em desenvolvimento no RN. O processo de cessão dos direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural em campos terrestres faz parte do Plano de Desinvestimento da Petrobras.

A TRIBUNA DO NORTE não teve, até o fechamento desta edição, respostas da Petrobras às questões encaminhadas.

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