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Petróleo aquece economia com serviço e aluguéis

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ENERGIA - Alto do Rodrigues, uma das 15 cidades do RN que tem se beneficiado com o petróleo

Como um dos 15 municípios potiguares produtores de petróleo, Alto do Rodrigues é beneficiado pelo pagamento dos royalties pela exploração do produto em seu território. Mas não só o recurso mensal, como também a presença da Petrobras, têm sido fundamentais para a mudança na economia da cidade que cresceu, nos últimos anos, com incrementos nas áreas de comércio e serviços.

Dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostram que, neste mês de julho, Alto do Rodrigues recebeu mais de R$ 388 mil em royalties. O acumulado neste ano ultrapassa R$ 2,5 milhões. Devido à redução nas produções dos campos potiguares, os valores cresceram pouco em comparação com o mesmo período de 2007 quando o município recebeu cerca de R$ 306 mil em julho e tinha pouco mais de R$ 2 milhões acumulados. Porém, quando é analisada a situação em 1999, observa-se que houve um aumento significativo nos recursos: em julho daquele ano, o município recebeu R$ 116 mil pela exploração e o acumulado foi de R$ 615 mil.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Alto do Rodrigues, José Rogenildo Nogueira, avalia que a presença da Petrobras tem sido a “mola que alavancou o comércio do município”. Ele estima que cerca de 3 mil funcionários foram trazidos pelas mais de 20 empresas que prestam serviços à estatal. O incremento no público trouxe, inevitavelmente, a necessidade de mais serviços para atender aos recém-chegados.

“Alto do Rodrigues é uma cidade onde não existem imóveis para locar. Você constrói uma casa e, no outro dia, ela já está alugada porque tudo é absorvido pelos visitantes”, comenta lembrando que os restaurantes e pousadas são os principais beneficiados com esta situação. A movimentação, segundo Rogenildo Nogueira, provoca inclusive um funcionamento atípico do comércio no município que fica com suas lojas abertas até 19h, uma hora a mais do que o horário comercial comum.

Como proprietário de uma loja de material de construção, Nogueira se sente beneficiado com a atividade das terceirizadas da Petrobras. “Atendo algumas empresas na parte de gás industrial, outras da parte de construção civil. De meu faturamento, 80% vem das empresas terceirizadas”.

Proprietária de uma pousada na cidade, Francisca Rodrigues, 48, percebeu o crescimento no fluxo de pessoas em Alto do Rodrigues desde que montou seu estabelecimento em 1998. O negócio começou com apenas 15 apartamentos e hoje já tem 58 quartos com lotação quase sempre completa. Os clientes são visitantes geralmente ligados às empresas terceirizadas pela Petrobras para serviços nos poços ou mesmo na Termoaçu. “O movimento só aumentou nesses últimos anos. Metade dos hóspedes são de empresas contratadas pela Petrobras”. Ela estima que, com isso, tenha conseguido um crescimento de até 70% em seu faturamento.

Aos 76 anos, o aposentado Pedro Barros de Souza acompanhou o desenvolvimento de Alto do Rodrigues, sua cidade natal, e constata que a presença da Petrobras ajudou o município. “Tudo melhorou. Apareceram mais empregos. Não havia energia elétrica, nem calçamento”.

Exploração do petróleo beneficia agricultores

Beneficiados pela exploração de petróleo no Rio Grande do Norte, os proprietários que têm poços da Petrobras instalados em seus terrenos são exemplos de como a presença da estatal ajudou uma classe a melhorar o seu estilo de vida. Embora os recursos tenham sido reduzidos ao longo dos anos, devido à queda natural na produção dos reservatórios, no município de Alto do Rodrigues – distante 240km de Natal – muitos destes beneficiados esperam que a injeção de gás nos poços através da Termoaçu ajude a aumentar a produção e a recuperação dos pagamentos.

Segundo números da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o número de de proprietários de terra beneficiados com o pagamento da participação cresceu mais de 14% de 1998 a 2004. Porém, os valores pagos neste mesmo período tiveram um incremento ainda maior, saindo de R$ 1,1 milhão no primeiro ano para R$ 16 milhão.

Com 50 poços instalados em seu terreno de 39 hectares, o agricultor Edivan Olegário Mulatinho, 43, conta que já chegou a receber R$ 18 mil mensais pela exploração do óleo. Ele lamenta que, atualmente, com a queda da produção os valores tenham sido reduzidos drasticamente e ficam em torno de R$ 4 mil. Mesmo assim, Edivan avalia o pagamento como positivo. Com o dinheiro, ele construiu uma casa de alvenaria em seu terreno e conseguiu pagar a mensalidade e a estadia da filha em Mossoró, onde ela cursa Direito, em uma universidade particular. “A gente espera que com o vapor da Termoaçu a produção aumente e a gente volte a receber mais”.

O pagamento de participação ajuda também a família de Clarisse Fernandes de Souza, 65, moradora da comunidade São José em Alto do Rodrigues. Com as chuvas do início do ano, os dois poços localizados em sua propriedade tiveram a produção suspensa e ainda não retomaram. Mas ela avalia que o recurso, recebido desde 1992, é fundamental para ajudar no pagamento da energia elétrica utilizada para a irrigação de suas plantações de banana, milho e feijão. Os valores também são divididos com os outros cinco irmãos, já que o terreno é herança da família. “É um dinheiro que ajuda no momento de uma doença e a gente usa conforme a necessidade”.

O agricultor Eduardo Olegário Leonez, 66, também vem utilizando o benefício para oferecer mais conforto para a família. Morador do distrito de Sítio Tabatinga, ele reside em uma casa de alvenaria construída com os recursos recebidos pela exploração de petróleo em 10 poços instalados em sua propriedade de 22 hectares. “O dinheiro é usado para as despesas de casa. Com ele também pude comprar um carro”, conta. Os recursos também ajudaram no incremento da produção em suas terras onde ele planta macaxeira, manga, pimentão, coentro e milho.

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