Fortaleza – A Polícia Federal (PF) não tem mais dúvida de que os R$ 418 mil encontrados por três crianças há uma semana em uma casa na periferia de Natal (RN) façam parte dos R$ 164,7 milhões furtados do Banco Central de Fortaleza há um ano. De acordo com o delegado Rômulo Berrêdo, titular da Regional de Combate ao Crime Organizado da PF do Rio Grande do Norte, os antigos proprietários da casa, localizada na Rua Praia Grande, zona norte de Natal, estão sendo investigados.
Cerca de R$ 80 mil estavam numa bolsa de viagem, em um quarto nos fundos da casa vazia. Os meninos entraram do no imóvel enquanto brincavam para buscar uma bola de futebol que havia caído no quintal. A bolsa estava cheia de notas de R$ 50, já mofadas. A descoberta do dinheiro aconteceu no início da tarde do sábado do último dia 29, mas só à noite a Polícia Civil chegou ao local, e não encontrou mais nada.
Quando retornou ao local, depois das 22h, é que a polícia achou um buraco – cavado no período em que o imóvel ficou sem policiamento – no chão de um dos quartos da casa. A abertura dava acesso a uma caixa de isopor que também escondia notas de R$ 50 não seqüenciais.
Segundo a PF, essa caixa é idêntica às compradas pela quadrilha que fez o furto em Fortaleza. Na caixa, de acordo com cálculos da polícia, cabiam uns R$ 700 mil, mas só havia pouco mais de R$ 300 mil.
Por uma estranha coincidência, a advogada da atual dona do imóvel é a mesma que defende dois dos acusados de integrar a quadrilha que furtou o BC, na madrugada de 5 para 6 de agosto do ano passado. Maria Erbênia Rodrigues é a defensora do cearense, natural de Boa Viagem, Antônio Jussivan Alves dos Santos, vulgo “Alemão”, apontado como um dos líderes do bando; e de José Marleudo de Almeida, o “Baixinho”, natural do Rio Grande do Norte.