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PF comprova esquema de laranjas

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Belo Horizonte (AE) – O delegado de Polícia Federal Marinho Rezende, responsável pelas investigações sobre o suposto esquema de ‘candidaturas laranja’ do PSL, afirmou haver “indícios concretos” de que candidatas do partido “faltaram com a verdade” nas prestações de contas que enviaram à Justiça Eleitoral.

Delegados da Polícia Federal detalharam operação realizada ontem, com buscas na sede do PSL


Delegados da Polícia Federal detalharam operação realizada ontem, com buscas na sede do PSL

#SAIBAMAIS#O esquema funcionaria com o repasse de recursos do fundo eleitoral exclusivo para mulheres para outras disputas, inclusive de concorrentes homens. Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal fez buscas na sede do PSL em Minas Gerais.

“Esse é o indício concreto que a gente acha que está amplamente comprovado. Que aquelas prestações de contas não refletem a verdade que efetivamente ocorreu em termos de gastos de recursos”, disse o delegado.

“Essas candidatas, que a gente inicialmente relatou, essas quatro, a gente viu que os recursos são, como eu disse, desproporcionais ao potencial eleitoral das mesmas. Então, os indícios são bem fortes de que elas faltaram com a verdade na prestação de contas junto à Justiça Eleitoral”.

Entre as quatro candidatas (duas a deputada estadual e duas a federal), a primeira a fazer denúncia sobre o esquema foi Cleuzenir Barbosa, as foi Cleuzenir Barbosa, de Governador Valadares, região leste de Minas, que hoje vive em Portugal. A ex-candidata afirma que não concordou com o esquema e que foi para o exterior por medo de continuar no Brasil.

A PF cumpriu na manhã desta segunda-feira (29) sete mandados de busca e apreensão em Minas Gerais. Os mandados judiciais foram expedidos pela 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte. Dois em Belo Horizonte, dois em Contagem, um em Coronel Fabriciano, um em Ipatinga e um em Lagoa Santa. Houve também a apreensão de documentos relativos à produção de material gráfico de campanhas eleitorais.

Na semana passada, o material de campanha da candidata a deputada estadual Zuleide Aparecida de Oliveira foi entregue ao Ministério Público Federal e pode ser considerado a principal prova de que o partido não contabilizou gastos nas eleições 2018. Zuleide afirmou ao jornal Folha de S.Paulo ter sido chamada pessoalmente pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, para entrar na disputa como laranja.

A gráfica utilizada no suposto esquema de candidaturas laranja do PSL nas eleições de 2018 não funcionava há mais de dois anos, conforme investigações da Polícia Federal. A empresa, ainda segundo a PF, tinha como proprietário Reginaldo Donizete Soares, irmão de Roberto Soares, um dos principais assessores do atual ministro do Turismo, na época das eleições. Marcelo Álvaro foi presidente do PSL em Minas até o inicio de 2019. A sede do PSL em Minas foi alvo de buscas da PF nesta segunda-feira (29).

O ministro não é investigado na primeira operação da Polícia Federal, deflagrada na manhã de ontem, como parte das apurações sobre o suposto esquema. Segundo o delegado Marinho Rezende, responsável pelo inquérito, essa fase da operação foca nas declarações de prestação contas de candidatas. “Investigações sobre dirigentes do partido serão feitas depois”, afirma Rezende.

A gráfica apontada como sendo a do irmão de Roberto Soares ficava em Ipatinga, no Vale do Aço. Como a empresa não funciona mais, a PF fez busca e apreensão na casa de Reginaldo Donizete Soares, em Ipatinga. Nas investigações a PF constatou que a relação custo por voto entre as mulheres investigadas era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições.

“O custo médio entre os que venceram é de R$ 10 por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de R$ 300”, afirmou o delegado Rezende. “Daí o nome ‘Sufrágio Ostentação'”, justificou A PF afirma que isso pode ser um indicador de que recursos foram utilizados para “ludibriar” o fundo eleitoral destinado para as mulheres nas eleições 2018.

Ao menos por enquanto as investigações se concentram na possibilidade de crime de falsidade ideológica, que pode dar até cinco anos de prisão. Até o momento, cerca de 40 pessoas já foram ouvidas. O delegado disse ainda que outros partidos podem ter utilizado o mesmo ‘modus operandi’ para desvio de recursos. A reportagem entrou em contato com o Ministério do Turismo e aguarda retorno.

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