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PF desmonta esquema de lavagem de dinheiro no Estado

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OPERAÇÃO PARAÍSO - Quadrilha possui 2 luxuosos empreedimentos em Cotovelo

Publicada às 10h37

A Polícia Federal, com apoio da polícia da Noruega, deflagrou a Operação Paraíso, que visa combater a lavagem de dinheiro de grupo criminoso, de origem principalmente norueguesa, através de investimentos no mercado imobiliário do Rio Grande do Norte.

Estão sendo cumpridos no Brasil 11 mandados de prisão e 33 mandados de busca e apreensão no Rio Grande Norte e Paraíba, contando com a participação de 230 policiais federais. Diversas prisões também foram efetuadas na Noruega.

A Operação Paraíso é fruto da mais longa e complexa investigação já realizada pela PF no Rio Grande do Norte. Iniciadas em janeiro de 2006, a apuração apontou para a existência de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro.

As investigações tiveram início depois de uma série de denúncias que indicavam que noruegueses estariam praticando lavagem de dinheiro em Natal/RN desde 2002. Descobriu-se que as pessoas envolvidas apresentavam enorme incompatibilidade entre o patrimônio declarado e o movimentado. A partir daí foram quebrados os sigilos fiscais e bancários das pessoas físicas e jurídicas suspeitas.

Verificou-se que três grupos, de origem norueguesa, estariam entre os principais envolvidos no esquema. O grupo desenvolvia suas atividades através de empreendimentos imobiliários, dentre eles, os que mais se destacavam eram o Blue Marlin Apartments, na praia de Ponta Negra; o Blue Marlin Village e o Cotovelo Resort & Spa, situados no condomínio Barramares, na praia de Cotovelo. Outros projetos são os condomínios Búzios Ocean View, Búzios Ocean View I, Tabatinga Beach Resort, Arituba Tropical e Le Park.

A maioria das empresas constituídas para os empreendimentos pertenciam e eram gerenciadas por noruegueses. Os envolvidos contavam com o apoio do advogado brasileiro A.A.M.N., responsável por dar ares de legalidades aos empreendimentos e projetos relacionados. O advogado estaria envolvido também em montar esquema similar para empresários espanhóis.

Um grupo seria comandado pelo norueguês B.L., que teria em nome da mulher e filha brasileiras as empresas imobiliárias Capricórnio, Leão e Tarpoon. Ele lançou no final de 2006 o empreendimento Kings Flat que estaria atuando em conjunto com o empresário M. T., dono da empresa Brazil Dream Homes. Os apartamentos estariam sendo vendidos ilegalmente fora do Brasil.

Os investigados noruegueses estão ligados, de várias formas, a membros da mais famosa organização criminosa da Noruega, a B-Gang, formada em grande parte por pessoas de origem paquistanesa que vivem nos subúrbios da capital daquele país, Oslo.

A B-Gang é controlada na Noruega pela família Rasool, liderada norueguês-paquistanês G.A., que pratica vários tipos de crimes naquele país, incluindo tráfico de drogas, roubos, extorsões e homicídios. Suspeita-se que a maior parte do dinheiro obtido com os crimes seja lavada com a aquisição de bens e investimentos no mercado imobiliário do Rio Grande do Norte.

O líder da B-Gang tem esposa e filha brasileiras e seus irmãos e membros da organização eventualmente visitam o Brasil. Eles costumam hospedar-se no Condomínio Sports Park, na Ponta Negra, onde possuem apartamentos e usam como base para suas atividades.

O irmão de G.A., S.R., segundo na hierarquia da B-Gang, foi preso em março deste ano pela PF quanto tentava sair do Brasil usando passaporte falso. Na ocasião foram presos também W.A.M., acusado na Noruega de sequestro, lesão corporal e posse ilegal de arma.

Quanto aos espanhóis envolvidos, a PF aguarda os registros de antecedentes criminais, pois há fortes indícios de ilegalidades praticadas que envolvem a empresa Valero Empreendimentos Imobiliários. A empresa teria movimentado, apenas no ano de 2006, mais de quarenta milhões de reais, embora tenha adquirido bens no valor aproximado de de setenta milhões de reais.

As investigações contaram com o apoio da polícia norueguesa e intermediação da Interpol. No Brasil as investigações foram realizadas com apoio da Receita Federal e Ministério Público Federal.

O nome da operação foi inicialmente denominada de Fjord, formação geográfica típica dos países escandinavos, mas depois foi trocado por razões de segurança. O nome Paraíso foi escolhido em referência ao título da reportagem do jornal Dagens Naerigsliv que tratava o assunto como Paraíso Criminoso Imobiliário.

Os envolvidos serão indiciados por crime contra ordem tributária, crime contra sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Com informações da PF/RN

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