Brasília – A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci por prevaricação e denunciação caluniosa no caso da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O delegado responsável pelo inquérito, Rodrigo Carneiro Gomes, vai incluir os novos indiciamentos no próximo relatório que será enviado à Justiça Federal.
No documento, o delegado também vai pedir mais 30 dias para terminar as investigações acerca do crime. A PF ainda quer descobrir o papel do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) e da Receita Federal na violação dos sigilos do caseiro. Os novos indiciamentos se somam aos crimes de quebra de sigilo bancário e de violação de sigilo funcional, pelos quais Palocci foi indiciado logo após prestar depoimento em casa ao delegado Rodrigo Gomes, no dia 4 deste mês. Palocci nega participação nos crimes.
O delegado resolveu enquadrar o ex-ministro da Fazenda no crime de prevaricação por entender que Palocci deveria ter comunicado a violação do sigilo bancário de Francenildo à Polícia Federal assim que recebeu os extratos do caseiro das mãos de Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal. A linha de raciocínio leva em consideração o pressuposto de que Palocci sabia que os extratos haviam sido impressos de forma ilegal. Palocci garantiu à PF que destruiu o documento dias depois e que não teve qualquer participação no vazamento à imprensa. O delegado vai enquadrar o ex-ministro no crime de denunciação caluniosa em razão do pedido feito por ele ao secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, para que o caseiro fosse investigado pela PF.