A Polícia Federal prendeu na noite de domingo, no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, cinco holandeses e um americano que pretendiam embarcar 16 quilos de cocaína pura para Lisboa, em Portugal. A PF acredita que o destino final da droga era Amsterdã, na Holanda, onde moram cinco dos seis presos. O quilo da droga, por ser extremamente pura, é cotado em 15 mil dólares no Brasil. No exterior, o quilo pode chegar a 50 mil dólares.
O superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, delegado Euclides Rodrigues da Silva Filho, explicou que a instituição intensificou a fiscalização no aeroporto no período de alta estação. Foi numa dessas fiscalizações de rotina que os agentes desconfiaram dos estrangeiros e revistaram a bagagem. A cocaína estava acondicionada em embalagens de alumínio e envolta de fita adesiva preta, sendo camuflada dentro da costura da bagagem.
“Percebemos que os traficantes estão evitando a atuação nos grandes aeroportos e vindo para cidades turísticas. A partir daí estamos fazendo um trabalho de inteligência no aeroporto”, comentou.
Foram presos o americano Harold Justin Nemyer, e os holandeses Jorden Mohammed Azaad Alihusain, Biswanand Biekram, e as holandesas Brigitte Mussaert Jagat Prasad Sital e Joyce Shafters Nemyer, esta última casada com o americano. Os seis acusados, apesar da prisão em flagrante delito, negam o crime. Segundo o superintendente, os estrangeiros confirmam a posse da bagagem, mas negam o transporte da droga. Os seis dizem que chegaram em Natal há cincos dias e que vieram a passeio. “Eles dizem que não sabem como a droga estava nas malas”, disse o delegado.
Euclides Rodrigues acredita que os acusados foram usados como “mulas” do tráfico. Ou seja, eles estavam encarregados apenas do transporte. Apesar dessa possibilidade, a PF, até o fechamento desta edição, continuava em diligência na tentativa de prender outra pessoas.
Os seis foram autuados por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. A pena para tráfico é de três a 15 anos de reclusão em regime fechado. Some-se à pena, ainda, um terço devido ao crime por associação para o tráfico – artigo 18 da Lei de Tóxicos.
Os acusados serão custodiados temporariamente na sede da Polícia Federal, até o sistema penitenciário estadual disponibilizar as vagas. Euclides Rodrigues explicou que a carceragem da PF, em Cidade da Esperança, está superlotada com 20 presos. “Aqui só temos vaga para oito presos”, justificou.
