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PF vai à empresa do filho de Lula

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Brasília (AE) – O Ministério Público Federal (MPF) sustentou ser “muito suspeito” a empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, receber valores “expressivos” de uma firma que mantém “contatos” com o governo. A juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília, que autorizou a deflagração da nova etapa da Zelotes, destacou que o filho de Lula foi o segundo maior beneficiário de pagamentos supostamente ilícitos realizados pelo setor automotivo. Os valores teriam sido repassados em troca da aprovação da Medida Provisória 471.
Policiais federais foram à empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva e apreenderam documentos
“Tem razão o Ministério Público Federal ao afirmar ser ‘muito suspeito uma empresa de marketing esportivo receber valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública (Marcondes e Mautoni)’, o que justifica a execução de busca e apreensão na sede da empresa”, escreveu ela ao justificar a medida cumprida pela Polícia Federal ontem.

Os argumentos da Procuradoria embasaram a busca e apreensão na sede da LFT, ontem, em São Paulo, autorizada pela juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10ª Vara Federal de Brasília. Conforme a decisão, obtida pelo Estado, uma empresa de Mauro Marcondes Machado, um dos lobistas presos por suspeita de “comprar” medidas provisórias no governo, recebeu da MMC Automotores, que fabrica veículos Mitsubishi, e da CAOA, que monta modelos Hyundai, um total de R$ 16,8 milhões.

As duas montadoras dividiram o valor pago. O objetivo seria emplacar a MP 627/2013, que trata de incentivos fiscais, editada e convertida em lei no governo da presidente Dilma Rousseff.

#SAIBAMAIS#Os valores pagos foram declarados ao Fisco pela Marcondes e Mautoni Empreendimentos, que pertence a Mauro Marcondes, em 2014. No mesmo ano, a empresa pagou R$ 1,5 milhão à LFT, de Luís Cláudio. Ainda receberam valores a mulher e sócia de Marcondes, Cristina Mautoni (R$ 1 milhão), que também foi presa ontem, na nova etapa da Operação Zelotes. Segundo a investigação, a SGR Consultoria, do lobista José Ricardo da Silva ficou com R$ 200 mil, – ele também foi detido -, e o próprio Marcondes (R$ 3 milhões).

O portal do Estado de São Paulo revelou no início do mês que a LFT recebeu pagamentos da Marcondes e Mautoni. A empresa de Luís Cláudio confirmou, em nota, que o valor das transações entre 2014 e 2015 alcança R$ 2,4 milhões e foi “declarado”.

Segundo investigadores ouvidos pelo Estado, além da MP 623/2013, estão sob suspeita as MPs 471 e 512, editadas entre 2009 e 2010, sobre as quais já há mais elementos de irregularidades, além da 638/2014. Todas tratam de incentivos fiscais para montadoras. A Zelotes foi deflagra pela Polícia Federal, Receita e Ministério Público Federal.

Na avaliação do ex-presidente Lula, a Polícia Federal estaria cometendo “abusos”, com desrespeito à Constituição e vazamentos seletivos, sem que os acusados possam ter acesso às acusações para se defender. “A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr na nossa testa o carimbo da corrupção”, disse a amigos dele.

Defesa considera que ação foi ‘despropositada’
Brasília – A defesa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu como “despropositada” a ação conjunta da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público Federal de cumprir mandado de busca e apreensão no escritório do empresário, em São Paulo. A ação integra a terceira fase da Operação Zelotes, que investiga um esquema de compra de medidas provisórias para favorecer montadoras de veículos.

“A busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na data de hoje, dirigida à Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda., revela-se despropositada na medida em que essa empresa não tem qualquer relação com o objeto da investigação da chamada ‘Operação Zelotes'”, diz trecho da nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins.

A nota afirma ainda que a Touchdown, empresa de Luís Cláudio, “organiza o campeonato brasileiro de futebol americano – torneio que reúne 16 times, incluindo Corinthians, Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo, Santos e Portuguesa -, atividade lícita e fora do âmbito da referida Operação”.

Sobre a LFT Marketing Esportivo, outra empresa de propriedade do filho do ex-presidente, a defesa de Luís Cláudio diz que “se viu indevidamente associada à edição da MP 471. Segundo a nota, “a simples observação da data da constituição da empresa é o que basta afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas levantadas”.

“A citada MP foi editada em 2009 e a LFT constituída em 2011 – 2 anos depois. A prestação de serviços da LFT para a Marcondes & Maltone ocorreu entre 2014 e 2015 – mais de 5 anos depois da referida MP e está restrita à atuação no âmbito de marketing esportivo. Dessa prestação resultaram 4 projetos e relatórios que estão de acordo com o objeto da contratação e foram devidamente entregues à contratante.

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