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Piñera é o favorito dos eleitores

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Por Eva Vergara e Federico Quilodran – Associated Press

SANTIAGO, CHILE – O multimilionário empresário Sebastián Piñera, com investimentos em uma companhia aérea, no time de futebol mais popular do país e dono de um canal de televisão, é apontado como favorito nas eleições presidenciais do Chile. O primeiro turno da disputa que apontará o sucessor da presidente Michelle Bachelet ocorre neste domingo.

Aos 60 anos, Piñera disputa pela terceira vez a presidência. Ele representa a União Democrática Independente (UDI), considerada de ultradireita, e a direitista Renovação Nacional. Os dois partidos deram sustentação à ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Em 2006, Piñera, um economista com doutorado em Harvard, perdeu por 7 pontos percentuais para Bachelet no segundo turno.

Sebastián Piñera, candidato à presidencia do Chile, tem chances de ser eleito hojeAs pesquisas variam nos números, mas todas apontam vitória de Piñera no primeiro turno, porém sem vantagem suficiente para garantir a presidência nessa votação. Com isso, deve haver no dia 17 de janeiro o segundo turno. Até o momento, Piñera é apontado como o favorito também em um segundo turno.

O adversário mais provável de Piñera é o governista Eduardo Frei, um democrata-cristão, visto como hoje mais à esquerda do que quando liderou o país, entre 1994 e 2000. Frei, de 67 anos, apresenta-se como um herdeiro de Bachelet, tentando conquistar o apoio dado à popular líder do país. Frei e Bachelet fazem parte da Concertação, agrupamento de siglas que governa o Chile desde a redemocratização. Pela possibilidade de quebra dessa hegemonia, essas eleições presidenciais são apontadas por analistas como históricas.

 Algumas sondagens apontam que, apesar de não ser o mais provável, pode haver uma vitória de Piñera em primeiro turno. Criticado por muitas vezes não separar negócios da política, ele delegou em abril parte de seu patrimônio a quatro administradoras de fundos de investimentos. Mas conservou 26% da companhia aérea Lan, 14% do Colo Colo – time de futebol mais popular do Chile – e 100% de um canal de televisão. Ele já adiantou que, caso vença, pretende vender sua participação na Lan, mas manterá a equipe de futebol e o canal televisivo.

Em seu programa de governo, Piñera promete levar fortes investimentos ao Chile, em setores como educação e segurança, além de gerar empregos e estimular pequenas e médias empresas.

O desafiante é visto como mais liberal que o atual governo. Piñera disse, por exemplo, que se eleito vai considerar colocar em circulação cerca de 20% da estatal Corporación Nacional del Cobre (Codelco) na bolsa de valores local.

A questão é altamente controversa no Chile, já que qualquer conversa sobre privatização ou circulação de ações da Codelco sempre recebeu forte oposição. Muitos chilenos, incluindo os funcionários da Codelco e a Concertação, argumentam que a colocação em circulação de uma parte da estatal, ainda que minoritária, é o mesmo que uma privatização. O Chile é o maior produtor de cobre do mundo e o governo obtém um montante significativo de sua renda com a venda do metal e com impostos sobre renda e royalties das mineradoras.

Já Frei promete continuar com a política social do país e fortalecer o papel do Estado. Além disso, planeja aprofundar alguns benefícios sociais, como a ampliação do ensino pré-escolar.

Um engenheiro, Frei conquistou o direito de concorrer pela Concertação após vencer primárias em abril. O cineasta Marco Enríquez-Ominami, de 36 anos, não se contentou com a derrota nas prévias e decidiu se lançar como independente na corrida presidencial. Nas últimas pesquisas, Enríquez-Ominami aparecia em terceiro.

Um quarto nome na disputa é Jorge Arrate, de 68 anos. Membro de uma coalizão de esquerda, Arrate já foi ministro mais de uma vez e realiza a primeira disputa.

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