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Piñera recua e aceita dialogar com estudantes

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Santiago (AE) – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, aceitou dialogar com os estudantes em greve há mais de três meses, após as manifestações que levaram sua popularidade a níveis recordes de baixa e também depois da morte de um jovem de 16 anos, na madrugada de ontem em Santiago. Na quinta-feira, acabou a greve geral de dois dias convocada pela Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), mas na madrugada ocorreram, pela terceira vez consecutiva, saques e episódios violentos nos subúrbios de Santiago. Cerca de 1.400 pessoas foram detidas no país inteiro nos últimos três dias. Pelo menos 53 civis e 153 policiais ficaram feridos nos distúrbios.

Com popularidade em queda Sebastián Piñera convoca estudantes para discutir ensino público“Após três meses em que floresceram a violência e o confronto, chegou a hora da paz, da unidade e de fazer acordos” disse Piñera. Até agora, o mandatário havia delegado o diálogo ao seu ministro da educação Felipe Bulnes. Os líderes dos estudantes secundaristas e universitários irão analisar a proposta de Piñera e deverão responder neste final de semana. Eles pedem melhorias no ensino, mais dinheiro para a educação pública e que as instituições privadas de ensino não recebam mais dinheiro do governo.

O líder estudantil da Universidade de Concepción, Guillermo Petersen, disse que foi a pressão do movimento que forçou Piñera a aceitar o diálogo. Segundo ele, não é uma certeza que o mandatário fará concessões verdadeiras.

O jornal chileno El Mercurio informou que a família do jovem morto, Manuel Gutiérrez Reinoso, acusou os carabineros, a polícia nacional do Chile, de terem disparado contra o jovem. Segundo vizinhos, o adolescente foi morto pelos policiais num subúrbio onde ocorriam distúrbios. A polícia não confirmou a acusação e afirmou que a morte terá de ser investigada, embora admita ter enviado um veículo com policiais para o local.

“O governo espera que o assunto seja resolvido rapidamente e que a morte do jovem seja esclarecida”, afirmou nesta manhã o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla. Ao fazer um balanço da situação dos últimos três dias, Ubilla disse que foram detidos em todo o país 1.394 pessoas e que 53 civis e 153 policiais ficaram feridos.

No segundo dia da greve geral convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo menos 50 mil manifestantes – segundo a polícia – marcharam pelo centro da capital e se reuniram numa das avenidas de Santiago.

Após a manifestação, grupos encapuzados começaram a fazer saques e a entrar em confronto com a polícia, distúrbios que se espalharam pelos subúrbios da capital. Até mesmo uma igreja foi atacada. O interior ficou bastante danificado e todos os vitrais foram quebrados.

Durante a noite e após o tradicional “panelaço” contra o governo, foram erguidas barricadas com fogo em diversos pontos da cidade. Ocorreram saques, um carro foi incendiado e houve confrontos com a polícia.

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