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Pipa se mobiliza contra turismo predatório

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TURISMO - Centro de Pipa, antes da mão única: caos urbano no paraísoCom a aproximação da alta temporada, os 2.500 habitantes da Pipa se transformam em 10 ou 12 mil por causa do aumento do fluxo de turistas. Por isso mesmo, o distrito de Tibau do Sul, que chegou a ser um destino tão conhecido como a própria Natal, tomou uma decisão importante: controlar esse crescimento para não desvirtuar as características da Pipa como destino bucólico e charmoso que tanto agrada os europeus.

 O problema é que o crescimento começou a danificar esse conceito tido como a galinha dos ovos de ouro de Pipa. Lixo nas praias, droga de todos os tipos nas estreitas ruas da área mais agitada, poluição sonora produzida por bares até altas horas da manhã e, principalmente, falta de policiamento mobilizaram empresários, ambientalistas e o próprio Governo do Estado. 

Problemas pequenos perto de outros infinitamente maiores: a ocupação desordenada das áreas de preservação ambiental e a     construção de imóveis sem qualquer orientação, dilapidando os encantos naturais da região.

 Desde que Tibau do Sul entrou na rota dos vôos charters, há mais de uma década, as paradisíacas praias da Pipa vêm se cercando de um arsenal de problemas parecidos aos que se vive nos grandes centros urbanos. Com o atenuante que ainda é muito melhor enfrentá-los em Pipa. 

A valorização dos terrenos fez com que a praia crescesse dentro de si mesma, em matéria de novas edificações urbanas, 30% ao ano, segundo a estimativa do setor imobiliário local. Para quem é do ramo, ainda existe muita oferta a ser explorada, só esperando o fim da revisão do Plano Diretor de 2000 de Tibau do Sul para se concretizar.

Segundo o secretário de Turismo Cláudio Freitas, uma das grandes preocupações agora é mostrar que Pipa não pode ser vista apenas como destino de estrangeiros. “A         valorização incalculável do preço da terra produziu uma bolha, pois empresários que investiram fábulas precisavam realizar o retorno do capital investido”, analisa.

A saída, segundo o secretário, é a organizações de políticas que aproximem a Pipa do turismo regional e nacional e “os empresários terão que contribuir com sua parcela, adequando seus preços à realidade brasileira”.

Hoje, com a crise financeira internacional, há quem diga que essa já é uma possibilidade bem mais próxima de se concretizar.

Mas Cláudio Freitas não arrisca prognósticos. “Se me perguntasse hoje se aposto mais no turista brasileiro em vez do estrangeiro, diria com certeza: não sei”. 

A maior luta de Pipa agora  é terminar o anel viário do distrito – obra que se seguiu à instalação da via única para o trânsito dos automóveis e coletivos. Essa medida contribuiu para que estreitas ruas da antiga vila de pescadores não precisassem comportar mão-dupla. O alívio que se seguiu à mudança, no entanto, esbarrou na falta de asfaltamento de antigas estradas carroçáveis que, com as fortes chuvas do primeiro semestre, ficaram  intransitáveis.

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