O presidente Michel Temer deve começar a punir nas próximas semanas
cerca de 40 deputados da base aliada que votaram a favor da denúncia
apresentada contra ele na Câmara.
Os líderes do governo no Congresso, deputados André Moura (PSC-SE) e
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentaram ao Palácio do Planalto uma lista
dos “infiéis” e esperam agora que eles percam os cargos que possuem no
governo. Como cada parlamentar costuma ter mais de uma indicação, o
número de trocas pode chegar a mais de 80 cargos.
O objetivo com as mudanças na administração federal é contemplar o
chamado “centrão”, grupo formado por partidos como o PP, PR e PSD, que
somam cerca de 150 deputados. Os parlamentares desses partidos votaram
majoritariamente a favor de Temer, ao contrário de outras legendas da
base, como o PSDB, que rachou.
A denúncia apresentada contra Temer foi votada no último dia 2 de agosto
na Câmara. Desde então, o centrão vem cobrando que os deputados
‘infiéis’ sejam punidos e ameaçando votar contra o governo nas reformas
econômicas e até mesmo em não barrar uma eventual segunda denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) enviada contra o peemedebista.
Estadão Conteudo