A polícia apresentou, ontem, na sede da Delegacia Geral de Polícia (DEGEPOL), os R$ 418 mil que estavam escondidos em uma casa no Conjunto Santa Catarina, Zona Norte de Natal. O montante encontrado bate com as características do dinheiro roubado do Banco Central de Fortaleza, ou seja, notas de R$ 50, cuja numeração não tinha seqüência. O dinheiro encontra-se agora depositado em uma conta bancária sob custódia da Justiça.
Apesar da coincidência, o delegado Ben Hur Medeiros disse que era cedo para dizer se o dinheiro era fruto do assalto realizado em Fortaleza, há um ano. “Infelizmente apreendemos o dinheiro, mas não prendemos ninguém. Contudo, temos certeza de que a quantia apresentada é de origem ilícita. Agora, a polícia vai prosseguir com as investigações partindo para a identificação das pessoas que alugaram a casa que serviu de esconderijo para o dinheiro. Por enquanto, não podemos afirmar a origem do montante que tanto pode ser fruto do assalto cometido contra o BC de Fortaleza quanto de roubos cometidos em outras cidades”, disse Ben Hur.
O dinheiro foi achado por acaso, no último sábado, por volta das 14h, quando três garotos que jogavam futebol na rua Pedra Grande, resolveram pular o muro da casa de número 1798 do Conjunto Santa Catarina, aparentemente abandonada, para recuperar a bola que havia caído no quintal, foi quando identificaram uma sacola, semi enterrada, com R$ 82 mil. Um dos meninos chamou o irmão, policial militar, que fez a guarnição do local até a chegada dos policiais civis. Enquanto o adolescente chamava o irmão, os outros dois adolescentes saíram do local levando alguns marços de dinheiro, um com R$ 2,3 mil e o outro com R$ 1,5. Mas com a chegada da polícia os garotos foram localizados, o dinheiro foi recuperado e levado para a delegacia de plantão da Zona Norte. Mas a polícia acabou voltando ao local porque uma ligação anônima avisou que dois homens estavam no interior da residência fazendo escavações, procurando o resto do dinheiro.
Os policiais retornaram à casa, mas os homens já haviam saído, contudo, deixaram uma caixa de isopor, que havia sido desenterrada em um dos cômodos da casa, onde estavam guardados mais R$ 336 mil. O novo montante encontrado foi somado ao dinheiro encontrado pelos garotos e logo a polícia começou as investigações. O caso será investigado pela Defur, Delegacia Especializada em Furtos e Roubos.
Considerado o maior roubo da história do Brasil, o assalto ao Banco Central de Fortaleza completa este mês um ano. Dos R$ 164 milhões levados pelos assaltantes, calcula-se que, até hoje, foram recuperados apenas 10% do montante.
Além da quantia, o crime ganhou repercussão internacional pela engenharia que a quadrilha organizada desenvolveu para executar o assalto. Os criminosos, após meses de estudo, alugaram uma casa a duas ruas do banco, cavaram, por três meses, um túnel de 4 metros de profundidade por 80 de comprimento para chegar até o cofre. A posse do dinheiro roubado já resultou em vários outros crimes como homicídios e seqüestros entre os integrantes da quadrilha.
