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Polícia Civil termina paralisação, mas mantém o ‘estado de greve’

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Os serviços do Instituto Ténico-Científico de Polícia (Itep) e das Delegacias de Plantão de Natal foram totalmente suspensos na noite desta quinta-feira (27), no segundo dos dois dias de paralisação das categorias. O atendimento volta ao normal hoje (28), mas o estado de greve está mantido. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis e do servidores do Itep (Sinpol/RN), um prazo de dez dias será dado para que o Governo do Estado encaminhe o projeto que cria o estatuto do Itep à Assembleia Legislativa do RN. Os servidores também querem que a direção do instituto organize as escalas dos plantonistas. Eles estariam cumprindo apenas seis horas, quando a escala é de 12. “Se houver qualquer ameaça de corte de ponto, não esperamos o prazo e paramos no dia seguinte”, afirmou o presidente do sindicato, Djair Oliveira. 
Em assembleia, policiais civis decidiram suspender paralisação
Com a paralisação total, serviços como o registro de flagrantes e até o recolhimento de corpos foi totalmente suspenso. A paralisação começou por volta das 18h. Até o fechamento desta edição, as delegacias e o Itep permaneciam fechados – a previsão era a meia noite. 

Durante o dia, as delegacias de plantão das zonas Sul e Norte de Natal funcionaram, registrando apenas flagrantes. Nas demais delegacias da cidade, os cartazes e faixas informavam sobre o ato. Não havia nenhum agente em frente à Delegacia do Adolescente ou na 1ª DP, por exemplo. Com as portas trancadas, a população não recebia nenhuma informação, senão as contidas nos cartazes.

No Itep, serviços como a expedição de carteira de identidade e certificados de antecedentes criminais estavam totalmente parados, mesmo durante o dia. O recolhimento de corpos continuou até as 18h. A dona de casa Joelma Maria do Nascimento, 35, confirmou o fato. Ela havia recebido a liberação do corpo de seu marido, que passou por exames periciais para detectar a causa da morte. “Foi rápido. Coisa de uma hora. Eu até achava que ia demorar mais”, contou.

Na noite da última quarta-feira (25), primeiro dia de greve, os serviços foram suspensos durante cerca de cinco horas. O corpo de uma vítima de homicídio, em Macaíba, passou mais de duas horas em via pública. Entre a quarta-feira (26) e ontem o Itep registrou 12 mortes violentas, cujos corpos são recolhidos pelo instituto.

Reivindicações
O principal motivo de greve é o estatuto do Itep. De acordo com Djair Oliveira, uma comissão foi criada em 2009 para criar o documento. Em 2010, o projeto foi encaminhado para o Gabinete Civil e, desde então, ainda estaria lá. “Duas minutas foram apresentadas em 2012 e a categoria aprovou. Depois disso, nada, dizem que está tramitando”, explica.

O projeto definirá a organização do instituto, os cargos, funções, planos salariais e gratificações, horário de trabalho, entre outros pontos. “Vai propiciar, por exemplo, o cargo de papiloscopista. Até hoje, não existe especialista na leitura e confrontação digital no Estado. Sem perícia a investigação é amadora”, afirma Djair.

Na pauta dos policiais civis, as principais reivindicações são o reajuste salarial, que não ocorre há quatro anos; a retirada de presos das delegacias e a convocação de concursados.

Prazos 
Os servidores do Itep definiram, em assembleia realizada ontem, que, se até a sexta-feira (4), o Governo não enviar o estatuto à ALRN, eles entrarão em greve por tempo indeterminado a partir da segunda-feira (7). A categoria também definiu que volta à escala normal a partir do dia 1º de abril, “por não concordar com ilegalidades”. Os policiais civis também devem marcar uma assembleia para definirem se entrarão em greve.

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