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Polícia investiga “negócios” da direção do Corinthians

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SUSPEITO - Kia Joorabichian, da MSI, e o Corinthians estão sendo investigadosGazeta Press, São Paulo (SP) – O acordo com a MSI, teoricamente, previa que a empresa gerisse o futebol do Corinthians e assumisse as dívidas do clube. Dois anos depois, no entanto, a realidade é bem diferente. Além de a parceira não ter nenhum diretor esportivo no Brasil, o clube segue tendo de arcar com compromissos financeiros e vê denúncias de evasão de verbas indo para na polícia. 

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente Alberto Dualib pediu R$ 5 milhões emprestados à Federação Paulista de Futebol para pagar despesas que, de acordo um dirigente alvinegro, seria de outras áreas do clube. O valor será descontado das receitas do próximo campeonato estadual.  

A situação que fica ainda mais constrangedora diante da revelação de que a SMA, empresa de marketing da neta do presidente, Carla Dualib, recebeu comissão de R$ 866 mil por negócios recentes fechados com a Nike e a Abril. A MSI, detentora dos direitos de exploração da marca Corinthians, pretende processar a empresa. Procurada pela reportagem da GP, Carla não foi localizada para comentar o assunto.  

A neta de Dualib, no entanto, não é a única que vem sendo beneficiada via empresa particular. O jornal Diário de São Paulo publicou documentos provando que o ex-vice-presidente de finanças Carlos Roberto de Mello recebeu R$ 195 mil em 2004 por serviços de sua empresa, a Goodwill, que nem teriam sido realizados.  

Mello afirmou que não vê problema algum em ter lucrado, justificando que trabalhou em tempo integral na época em que ocupou o cargo e estava apenas recebendo por esse serviço. De fato, por ser uma entidade sem fins lucrativos, o clube só não pode remunerar seu presidente e os vice-presidentes eleitos, o que não é o caso de Mello.  

O problema, aí, é de ordem ética. A partir do momento que um vice-presidente é remunerado para trabalhar, todos os outros podem se sentir no direito de receber também. E, no caso do Corinthians, o buraco é ainda mais fundo, pois há indícios de que o presidente Dualib tem agraciado conselheiros em busca de apoio nas eleições. Uma espécie de mensalão do Timão.  

O vice-presidente jurídico do clube, desembargador Miguel Marques e Silva, pediu demissão do cargo depois ver o caso ser engavetado. O ex-dirigente afirma ter feito um requerimento de ordem administrativa para abertura de uma auditoria interna, que foi barrado pela presidência sob justificativa de esperar o inquérito policial apurar as denúncias.  

O assunto já está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado de São Paulo e será entregue à equipe da 5ª Seccional Leste, localizada no Tatuapé. A abertura do processo foi pedido pelo Ministério Público Estadual. Para Marques e Silva, porém, seria importante também uma apuração dentro do próprio clube. “Se existe transparência, acho que deveriam instaurar uma investigação interna”, comentou.

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