terça-feira, 23 de abril, 2024
27.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

Polícia reprime manifestação

- Publicidade -

PROTESTOS - Advogados e simpatizantes de partidos islâmicos paquistaneses protestam contra decisão do general Pervez MusharrafIslamabad (AE-AP) – A polícia paquistanesa lançou bombas de gás lacrimogêneo na direção de participantes de um protesto contra a suspensão do presidente da Suprema Corte do país. Manifestantes atiraram pedras na polícia e dezenas de pessoas acabaram detidas, inclusive o líder de um partido de oposição e um ex-presidente do Paquistão.

O presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, suspendeu, há uma semana, o magistrado Iftikhar Mohammed Chaudhry, respeitado por suas posições independentes. Musharraf afastou o presidente da Suprema Corte com base em acusações não detalhadas de abuso de poder. A suspensão alimentou acusações de que o presidente militar estaria tentando tornar o Judiciário subserviente ao Executivo tendo em vista as eleições gerais no país.

Ontem, Chaudhry voltou a comparecer diante de um painel de cinco juízes que decidirão se ele será demitido ou reempossado. A audiência transcorreu a portas fechadas. O painel de juízes voltará a se reunir no próximo dia 21. No lado de fora, a indignação dos manifestantes tornou-se violenta depois que agentes de segurança lançaram bombas de gás lacrimogêneo. Centenas de policiais e soldados paramilitares vigiavam as ruas de Islamabad.

Havia advogados e simpatizantes de partidos islâmicos entre os manifestantes. Eles seguiram em passeata até a frente do tribunal onde Chaudhry era ouvido. Enquanto isso, policiais invadiram o estúdio e a redação da emissora de televisão de maior audiência do Paquistão nesta sexta-feira, mesmo dia no qual autoridades locais proibiram a veiculação de um popular noticioso, aparentemente por causa da cobertura das manifestações contra a suspensão do presidente da Suprema Corte do país.

Os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e usaram cassetetes durante a invasão da sede da Geo TV. Horas mais tarde, o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, pediu desculpas pela ação da polícia e prometeu descobrir e punir os responsáveis. “A primeira coisa é que se trata de um incidente muito triste. Nunca deveria ter acontecido. Eu repudio isso”, disse o presidente em entrevista concedida ao vivo à Geo TV por telefone.

Segundo ele, “os responsáveis pela invasão precisam ser identificados e punidos imediatamente”. Analistas políticos e opositores criticam a iniciativa de Musharraf como uma tentativa de interferência nas atividades do Poder Judiciário e suspeitam que o presidente tenha subestimado a turbulência que a decisão causaria. Até mesmo os Estados Unidos, cujo governo apóia Musharraf, manifestaram sua preocupação e informaram que acompanham de perto uma das piores crises políticas enfrentadas pelo general desde 1999, quando assumiu o poder por meio de um golpe palaciano. “O general e seus associados perderam o contato com a realidade”, avaliou Rusul Bakhsh Rais, um professor de ciências políticas da Universidade de Lahore. Segundo ele, isso resulta de uma “percepção equivocada de que, uma vez controlado o aparato coercivo do Estado, é possível controlar qualquer situação”. Entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, forças de segurança promoveram uma série de operações para prender ativistas políticos e potenciais participantes das manifestações desta sexta-feira, mas não conseguiram evitar o protesto. Filmagens mostram que os policiais também usaram carros blindados e aparentemente dispararam balas de borracha na tentativa de reprimir os manifestantes. Mais de 200 pessoas foram detidas .

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas