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Policiais continuam mobilizados

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Os policiais civis do Rio Grande do Norte seguem mobilizados e de braços cruzados em meio ao atraso recorrente de salários. São ao menos dois meses de vencimentos   – quem recebe acima de R$ 4 mil só recebe os vencimentos no sábado (6) –  e o 13o salário atrasados. Mais do que um movimento grevista, a categoria diz que a paralisação, que já ocorre desde 19 de dezembro é um “estado de necessidade”. Na tarde de ontem, o setor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN) começou uma movimentação para reverter a decisão judicial do desembargador Cláudio Santos, que autoriza a prisão de policiais que se neguem a trabalhar ou incitem a greve.

Cerca de 400 agentes, escrivães e delegados protestaram na entrada da Delegacia Geral na manhã de ontem para pressionar o governo

Cerca de 400 agentes, escrivães e delegados protestaram na entrada da
Delegacia Geral na manhã de ontem para pressionar o governo

#SAIBAMAIS#Agentes, escrivães e delegados se concentraram na entrada da Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol), na manhã de ontem, como maneira de pressionar o Estado na obtenção de uma solução. O Sinpol estimou a presença de mais de 400 manifestantes até 10h – o número aumentou, diz o sindicato, no decorrer do dia com a presença até de caravanas do interior do Estado.

Além de pressionar o governo, a categoria também queria ver o cumprimento da determinação judicial do desembargador Cláudio Santos. Ao se apresentarem no local, os policiais praticamente desafiavam a Degepol a cumprir a decisão judicial.

O desembargador Cláudio Santos, no último dia 31 de dezembro, determinou a prisão dos policiais civis e militares que se recusarem a trabalhar, apesar dos salários atrasados. O magistrado disse que a paralisação é ilegal e, por isso, os policiais deveriam retomar as atividades, sob pena de incorrerem no crime de desobediência. No entanto, os policiais civis afirmam que não têm condições de trabalhar sem os salários. Já existia uma outra decisão, do dia 24 de dezembro, da desembargadora Judite Nunes, considerando o movimento ilegal.

Na manifestação, alguns policiais foram vestidos com roupas semelhantes às utilizadas pelos detentos do sistema prisional potiguar (camisa branca e calção azul), além de algemas nos pulsos para criticar a decisão do desembargador Cláudio Santos. O grupo também gritava palavras de ordem, como: “Eu não sou escravo, pague meu salário!” ou “Polícia unida, jamais será vencida”.

Em meio aos protestos na Degepol, uma oficial de justiça chegou a ir ao local para entregar a notificação sobre a decisão judicial ao presidente do Sinpol, Nilton Arruda. Contudo, ele seguiu para o Tribunal de Justiça do RN, juntamente com a equipe jurídica do sindicato, e não recebeu a ordem judicial. Mais cedo, ele havia comentado sobre a situação dos policiais civis.

“Infelizmente, não encontramos meios de cumprir da decisão judicial. Os policiais civis querem trabalhar, mas infelizmente estão impossibilitados. Não vimos outra solução além dessa de se apresentar aqui na Degepol. É esperar que a delegada geral encontre uma solução a esse problema. Existe uma decisão judicial e que o Estado cumpra, que nos dê voz de prisão aqui”, afirmou o presidente do Sinpol-RN, Nilton Arruda.

Há 21 anos na Polícia Civil, o agente Francisco Valderedo Filho, de 53 anos, lamenta a situação atual: “Nunca pensei que fosse passar por uma situação dessa”. Aposentado há dois anos, o agente Ivan Esteves, 58 anos, sendo 28 de Polícia Civil, relata suas dificuldades dentro de casa. “Não há a condição básica de trabalhar e viver. Já tivemos dificuldades antes, mas não neste ponto”, contou. O aposentado ainda criticou a determinação judicial do desembargador Cláudio Santos, classificando-a como arbitrária. “Somos vítimas das ações irresponsáveis do Governo do Estado, quem deveria ser preso era o governador e não nós policiais. Presos ou soltos, os policiais só trabalham com o salário”, ressaltou.

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