Sem resposta do Governo do Estado, os agentes da Polícia Civil, em greve desde o início da semana, resolveram fazer um protesto em frente à sede da Governadoria. Ontem, os policiais se reuniram no Centro Administrativo e fincaram na grama 365 cruzes, em alusão aos homicídios não resolvidos no Rio Grande do Norte.
Djair Oliveira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis e dos Servidores da Segurança Pública (Sinpol), disse que a paralisação não tem data para acabar. “Vamos aguardar uma sinalização do Governo, que até agora não estabeleceu diálogo”. A governadora, Rosalba Ciarlini, passou o dia todo em Mossoró, cumprindo agenda entre às 10h e 18h. Os agentes pleiteiam melhores condições de trabalho para investigação de crimes.
Djair Oliveira disse que as 365 cruzes representam os assassinatos que acontecem diariamente no Estado e permanecem sem elucidação. Ao chegarem no Centro Administrativo, os manifestantes seguiram em direção à Governadoria. No meio do caminho, uma viatura da Polícia Militar tentou impedir que um carro que carregava um caixão, simbolizando o enterro da segurança pública, chegasse até à rampa do prédio.
No entanto, os policiais subiram o canteiro com o veículo e seguiram pelo jardim, chegando ao destino desejado. Depois, eles fincaram as cruzes em frente à Governadoria, onde também colocaram o caixão.
Com a paralisação da Polícia Civil, as delegacias especializadas não estão funcionando. Nas Distritais, os policiais estão fazendo apenas flagrantes e BOs para liberação de corpo no Instituto Técnico e Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN). Os Boletins de Ocorrência podem ser realizados no Comando da Polícia Militar a partir de ontem.
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Em virtude da greve dos policiais civis, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) improvisou uma estrutura para tentar desafogar as DPs. Os grevistas cobram do governo aumento do efetivo com a nomeação dos aprovados no último concurso, vale alimentação para os policiais civis, revisão do plano de cargos, carreira e vencimentos, auxílio saúde e melhores condições de trabalho.
Itep em greve
A situação vai se agravar com a adesão do Itep oa movimento grevista. A partir de segunda-feira, 12, somente o serviço de recolhimento de cadáveres estará funcionando. “Não serão feitas perícias ou emissões de documentos”, confirmou Djair Oliveira.
O pleito deles diz respeito à Lei Orgânica e Estatuto do Itep que vai regular as atividades do Instituto. “Está no gabinete Civil do Governo. Queremos que eles encaminhem à Assembleia Legislativa para votação ainda este ano”, explicou o sindicalista em entrevista à TN.
