segunda-feira, 6 de maio, 2024
31.1 C
Natal
segunda-feira, 6 de maio, 2024

Policial militar afastado atira em mulher no Alecrim

- Publicidade -

O fim da manhã dessa quinta-feira (10) foi de violência no bairro do Alecrim, na zona Oeste de Natal. Um policial militar afastado das funções na Corporação tentou matar uma mulher ainda não identificada e terminou baleado por uma terceira pessoa, que passava pelo local. A mulher chegou a ser atingida de raspão e ambos foram socorridos ao Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, em Tirol.

Caso ocorreu na Av. Pres. Bandeira na manhã de ontem, no Alecrim

O caso ocorreu por volta das 11h10. Um cabo da Polícia Militar, que está afastado de suas funções em decorrência de problemas psiquiátricos, abordou uma mulher que estava em uma caminhonete no cruzamento da Avenida Presidente Bandeira com a Rua Presidente Gonçalves, em uma das áreas mais movimentadas do Alecrim. A mulher estava acompanhada do marido e foi atingida com um tiro de raspão na região cervical.

Na ação, um terceiro homem não identificado reagiu e atirou contra o policial, que ficou com o corpo estendido em via pública.

O Corpo de Bombeiros e as Polícias Militar e Civil foram acionados, fazendo o isolamento da área e apurando as circunstâncias do crime, além do resgate das pessoas feridas. A arma utilizada pelo policial militar tinha a numeração raspada e foi recolhida.

Até o momento, não há a confirmação sobre a motivação do crime e sobre o estado de saúde das vítimas.

Afastamento

Quatro a cada dez policiais militares do Rio Grande do Norte que procuraram a Junta Médica da instituição em 2020 apresentaram queixas relacionadas à saúde mental. De acordo com levantamento feito a pedido da TRIBUNA DO NORTE pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PMRN), a Junta Médica da Corporação fez 3.558 atendimentos no ano passado – dos quais cerca de 1.420 dirigidos aos problemas neurológicos e comportamentais. Essas são os tipos de atendimentos mais comuns realizados na instituição.

Ao todo, somados aos demais problemas apresentados pelos militares à Junta Médica, a Corporação retirou 21,13% do efetivo de 2020 – cuja totalidade se aproximava dos 7,7 mil homens e mulheres – das ruas para tratamento médico. A maioria não voltou ao policiamento ostensivo, sendo realocados em funções administrativas internas.

Os atendimentos para tratar assuntos psicológicos superam os problemas ortopédicos, responsáveis por 1.170 atendimentos (33% do total). O restante dos atendimentos foram relacionados a problemas cardíacos (5%) e por diversos motivos (doenças crônicas, autoimunes, etc), que corresponderam a 22% do total.

Parte dos atendimentos acaba no afastamento do policial militar das atividades ostensivas (na rua). De acordo com a PM, 1.641 policiais foram afastados durante o ano passado. Cerca de 537 receberam alta completa e retornaram às ruas, e os outros 1.104 foram realocados em serviços administrativos.

Segundo policiais militares ouvidos pela TRIBUNA DO NORTE em condição de anonimato, a ausência de condições adequadas de trabalho e o aumento da criminalidade nos últimos anos, aliadas ao envelhecimento do efetivo da PM, foram os principais fatores que contribuíram para o aumento do índice de problemas de saúde físicos e psicológicos. Os problemas relacionados à saúde mental dos policiais também estão ligados à própria natureza do trabalho ostensivo.   

Historicamente, a saúde mental dos policiais é um problema recorrente na Corporação. Um levantamento feito pela Polícia Militar em 2018 identificou um crescimento de 12 pontos percentuais em quatro anos no volume de militares afastados por problemas psicológicos, de 45% do total de afastados por razões médicas em 2014 para 57% do total.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas