Os Policiais Civis do Rio Grande do Norte deliberaram em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (21), na sede do Sindicato de Polícia Civil do RN (SINPOL) a adesão à greve geral nacional marcada pelos movimentos sociais e centrais sindicais para o dia 30 de junho. Com 18 meses consecutivos de atrasos na folha de pagamento e sem perspectiva de passar a receber os salários em dia ou com correção, os policiais optaram por integrar a pauta às que serão nacionalmente abordadas pela greve, contra a Reforma Trabalhista.
De acordo com Paulo César Macedo “Paulão”, presidente do SINPOL, a situação dos atrasos está insustentável para muitos dos policiais, que estão sendo despejados de suas casas e sendo obrigados a se mudar para áreas onde estão expostos a grandes riscos, em função da profissão “Não é a toa que tivemos 12 Policiais Militares mortos e 4 alvejados neste ano. A polícia é cada vez mais cobrada, mas é obrigada a trabalhar com cada vez menos recursos e sem a mínima dignidade de poder sequer alimentar sua família”, disse.
Os salários do mês de maio dos policiais civis começaram a ser pagos apenas nesta quarta-feira pelo Governo do Estado. De acordo com o presidente do SINPOL, é preciso que o governo reveja suas prioridades para garantir a folha dos servidores “Temos plena consciência de que os policiais não são os únicos prejudicados. Todos os servidores da saúde e da educação também estão sofrendo com esses atrasos. Isso nos faz questionar qual é a prioridade que o Governo dá a esses trabalhadores.”, completou o presidente.
A estratégia do calendário de pagamento do Governo do Estado, que paga primeiro os servidores que recebem até R$ 3 mil reais também foi criticada pelos presentes. De acordo com a policial Edilza Faustino, o que o governo tem feito é “tentar maquiar os números para dar a entender que 80% ou 85% da folha paga é suficiente, como se tivesse feito seu trabalho, calando assim as outras pessoas que não estão recebendo e que estão com suas contas atrasadas e sendo despejadas de suas casas”, afirmou.
Ao final da assembleia, os presentes votaram favoravelmente a proposta da mesa diretora do Sindicato, que disse que caso os salários do próximo mês não sejam pagos até o quinto dia útil, mobilizações serão organizadas pela categoria entre os dias 11 e 12 de julho. O modelo das manifestações deverão ser decididos em nova assembleia, ainda a ser convocada pelo Sindicato.
