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Polônia e Romênia cederam prisões clandestinas à CIA

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TERRORISMO - Maioria dos prisioneiros da guerra suja dos EUA estão confinados em Guatanamo, em Cuba

Paris – A CIA, central americana de inteligência, montou prisões  secretas e colocou os cárceres em funcionamento na Polônia e na Romênia entre  2003 e 2005, para interrogar detidos na chamada “guerra ao terror”, informou o investigador europeu Dick Marty, que é senador suíço.

As  denúncias de Marty fizeram com que a Comissão Européia advertisse os governos  da Polônia e da Romênia a abrirem investigações independentes sobre as denúncias.  Marty também acusou a Alemanha e a Itália de obstruírem investigações sobre  detenções secretas de supostos terroristas feitas nos dois países. Alemanha  e Itália não tiveram prisões secretas, mas teriam permitido livre trânsito de  agentes da CIA e prisão de suspeitos durante determinadas operações.

A Comissão Européia disse que a Polônia e a Romênia terão que indenizar as vítimas  mantidas nos cárceres secretos, se a denúncia for confirmada por investigadores  independentes. O relatório de Marty, que cita fontes não nomeadas da CIA, afirma que suspeitos  de terrorismo de alto escalão estiveram detidos nas prisões, como Abu Zubaydah,  um dos supostos comandantes de operações da rede Al-Qaeda, e o xeque Mohammed,  auto-proclamado co-mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados  Unidos.

Jerzy Szmajdzinski, que foi ministro da Defesa da Polônia entre 2001 e 2005,  afastou com sarcasmo as acusações. “É claro, eu organizei tudo e ainda comprei  um tapete vermelho para receber os terroristas. Eu não lido com  ficção política”.

O senador romeno Norica Nicolai, que liderou uma  investigação no Parlamento da Romênia sobre antigas acusações do mesmo tipo,  rejeitou o relatório de Marty como “totalmente sem fundamento.” O governo alemão  negou o relatório de Marty. O governo da Itália não se manifestou. “O governo tem conhecimento de reportagens publicadas na mídia sobre transporte  de prisioneiros a cárceres secretos, mas o governo não tem nenhuma informação  sobre essas atividades e instalações,” disse o porta-voz do governo alemão,  Thomas Steg. Ele disse que Berlim estudará o relatório feito por Marty. Marty diz que a colaboração da Romênia e da Polônia foi crítica para o sucesso  do programa secreto de detenções e interrogatórios da CIA, que foi conduzido  sob a tutela da Otan. “Mas as prisões secretas na Europa Oriental foram operadas exclusivamente pela  CIA,” afirma o relatório.

Polônia e Romênia abrigaram as prisões dentro do programa  da CIA desenvolvido após o 11 de setembro de 2001, para “matar, capturar e deter”,  os chamados suspeitos de terrorismo de alto valor, escreveu Marty. O senador  suíço anexou provas de seis vôos irregulares entre o Afeganistão e a Polônia, além de outros quatro vôos irregulares de outras procedências.

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