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Ponte Newton Navarro: Sai este ano ou não?

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OBRA - Pronta terá 1,8 mil metros de extensão com 21 m de largura

Com 60% das obras concluídas e o fim do impasse envolvendo a desapropriação de imóveis na Redinha, o Governo da celeridade às obras na tentativa de cumprir o prazo de conclusão da ponte Forte-Redinha (Newton Navarro) estabelecido para o fim deste ano.

Contudo, além da fixação dos últimos dois pilares de sustentação e construção do tabuleiro (pista), em alguns trechos, ainda não foram erguidos os mastros onde serão fixados os cabos de sustentação do eixo central da ponte. Para completar, a obra dos viadutos que organizarão os acessos à ponte está prevista para ser licitada até o fim do mês. Diante do cenário, a população, que há muito tempo espera pela obra, começa a desacreditar que a inauguração possa acontecer ainda este ano.

Segundo o ambulante Elimário Elias da Silva, que vende coco verde na calçada de acesso ao Forte dos Reis Magos, no ritmo que a construção anda, a obra não será concluída ainda este ano. “A opinião é praticamente unânime, pois para todo mundo que me compra coco, a obra só terminará no meio do próximo ano. É uma obra muito grande, mas apesar dos operários trabalharem dia e noite, a obra não seguiu uma seqüência equilibrada. Levantaram quase todos os pilares, mas como não conseguiram desapropriar umas casas ficou faltando os pilares do lado da Redinha, além dos espaços que faltam completar com a pista. Isso tudo levará muito tempo”, explicou Elimário Elias.

O motorista Camilo da Silva não espera a hora de ver a ponte concluída, já que facilitará e agilizará o acesso à Zona Norte de Natal. “Eu gostaria de poder acreditar que a ponte vai ficar pronta no fim deste ano, pois além de ser um cartão postal, melhorará o fluxo do trânsito para a Zona Norte. Mas é só vê em que pé está a obra para concluir que esse serviço não termina tão cedo”, disse.

A coordenadora de obras da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura (SIN), Kilva Vankilva Freitas, garantiu que a conclusão das obras vai  obedecer o cronograma estabelecido, ou seja, até o fim de outubro, no máximo, no início de novembro. Segundo ela, o Governo quer cumprir os prazos. Por isso, está dando celeridade à obra, mas obedecendo os princípios da segurança, economicidade e legalidade. “A obra está caminhando bem, o pagamento está em dia, todos os recursos previstos estão em caixa, mas muitas vezes, uma obra desse porte fica à mercê de fatores impactantes como a desapropriação de imóveis, mesmo assim, a obra não parou. Com a recente desapropriação de três imóveis, na Redinha, vamos concluir a implantação dos últimos dois pilares de sustentação e, no início de julho, vamos começar a construção dos mastros para fixação dos estais, cabos de sustentação da ponte. Já a obra dos viadutos que garantirão o acesso à ponte, estará sendo licitada até a próxima semana. Está tudo planejado para terminar de forma concomitante”, explicou Kilva Freitas.

Para construção da maior ponte estaiada em altura do País foram previstos em edital R$ 152 milhões. Até agora, foram empregados R$ 122 milhões em serviços realizados. Diante dos imprevistos, a Secretaria Estadual de Infra-Estrutura ainda não tem o valor final da obra.

Ponte será uma das mais altas do Brasil

A ponte Forte-Redinha, oficialmente denominada “Ponte de Todos – Newton Navarro”, quando estiver pronta, terá 1,8 mil metros de extensão com 21 metros de largura e ligará a avenida presidente Café Filho, na altura do Forte dos Reis Magos, com a avenida João Medeiros Filho, na Redinha. A ponte do tipo estaiada, ou seja, com estrutura central suportada por cabos de aço (estais) será a maior em altura do País. O vão central terá 55,10 metros de altura, na maior maré, o suficiente para garantir o trânsito de navios para o Porto de Natal. A plataforma será composta de duas faixas de tráfego, duas faixas de segurança e, também, uma faixa de pedestre em cada sentido com guarda corpo de 1,50 metros de altura, sendo 1,80 metros nos trechos mais altos. O projeto conta ainda com a construção de dois viadutos de acesso, um na avenida João Medeiros Filho, na Zona Norte, e outro em Santos Reis, na altura da rótula de Brasília Teimosa.

Contestação e briga judicial marcam obra

O processo de construção da ponte ligando a praia do Forte à Redinha vem desde 1995, ainda no governo Aldo Tinoco Filho. No ano seguinte, a primeira licitação foi lançada. Cinqüenta contestações foram feitas ao edital. Somente dez meses depois a Prefeitura pôde retomar o processo. Na época, oito empresas compraram o edital. Apenas a Cejen apresentou proposta.

Em 1997, o contrato foi anulado. Em 1998, novo edital foi lançado. A Cejen ganhou novamente a disputa e garantiu o direito sobre a obra em 1999. Em dois anos, dos 21 pilares, apenas nove foram levantados. Nenhum investidor foi cooptado e todos os prazos se esgotaram. Há mais de um ano, após intervenção, o prefeito Carlos Eduardo Alves, decretou a caducidade do projeto.  Teve início, então a briga judicial da Prefeitura com a Cejen, responsável por denúncias ao processo licitatório e à retomada da obra pelo Governo do Estado.

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