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Ponte vai ser inaugurada antes de ter os acessos

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OBRAS - Obra para a construção dos acessos da ponte Forte-Redinha sequer começou A ponte Forte/Redinha deverá ser inaugurada sem que os acessos estejam concluídos. A informação, aparentemente absurda de início, é confirmada pelo próprio secretário estadual da da Infra-estrutura, Francisco Adalberto Pessoa de Carvalho. Segundo ele, as obras para a construção dos acessos dos dois lados – na Redinha e na praia do Forte – devem ser iniciadas apenas na próxima semana e, pelos prazos necessários, só serão concluídas após o término das obras na ponte.

As dúvidas e contatempos sobre os acessos à nova ponte sobre o rio Potengi surgiram ainda em abril deste ano. Na época, reportagem feita pela TRIBUNA DO NORTE, questionou o secretário sobre o projeto e o andamento das licitações para a obra. Francisco Adalberto Pessoa de Carvalho declarou, então, que as obras nos trânsitos na praia do Forte e na Redinha estariam prontas em agosto, antes da conclusão da ponte. “Se  a ponte fosse estar pronta e os acessos não; eu estaria preocupado. Mas ao contrário. Os acessos ficarão prontos antes da ponte”, disse na ocasião.

Ontem, o secretário secretário reviu esse posicionamento, apesar de não se mostrar preocupado. “A ponte vai ficar pronta antes. Mas é que eu estava querendo que a licitação (para as obras dos acessos) saísse antes”, retificou Adalberto, durante entrevista coletiva à imprensa. Segundo ele, o que atrasou o lançamento do edital para a licitação, previsto para abril, foram os problemas com as desapropriações de propriedades atingidas com as obras. “Como eu ia começar uma licitação sem as desapropriações garantidas?”. Segundo afirmou Adalberto Carvalho, as obras dos complexos viários têm o prazo de 90 dias. Sobre o fato de os trabalhos ainda não terem se iniciado, ele respondeu que a empresa licitada está promovendo a etapa chamada de “mobilização”, referente a escolha dos equipamentos e materiais utilizados e dos trabalhadores que irão tocar a obra. “Esse processo tem o prazo de dez dias, por lei. E há uns cinco dias a empresa está fazendo a mobilização. Portanto, daqui a mais cinco dias as obras estarão começando”.

Já sobre a utilização da ponte, logo após sua inauguração, Adalberto disse que não será totalmente comprometida, visto que parte dos acessos já estará construída. “Os complexos não estarão perfeitamente prontos, mas a ponte vai fluir de maneira consumível”.

Nove terrenos ainda esperam desapropriação

Além do descompasso com o calendário de conclusão da ponte, o projeto dos acessos enfrenta outro problema. O secretário informou que ainda há nove terrenos cuja desapropriação ainda está sendo viabilizada. Mas segundo ele, a obra pôde ser licitada porque a prefeitura deu garantias de prazo sobre a retirada dos imóveis.

“Não deveremos ter problemas, porque desses nove terrenos, somente em quatro temos construções e dessas duas são públicas”. Ainda falando sobre licitações, o secretário acabou fazendo alusão ao suposto superfaturamento da ordem de R$ 14 milhões na obra da ponte, apontado recentemente pelo Ministério Público Federal. O titular da Infra-estrutura alegou que a lei de licitações deixa questões em aberto, o que acaba prejudicando todo o processo.

Ele citou o fato de a Lei de licitações permitir que a escolha da empresa por concorrência possa ser feita com a apresentação apenas de um projeto-base, para que só depois seja registrado o projeto definitivo. “Isso é complicado, porque pode acontecer de, só depois, se ver que faltou isso ou aquilo, que vai precisar de mais dinheiro”. Segundo o secretário, seria isso o ocorrido com o caso denunciado pelo MPF.

Sobre o término da ponte, o secretário se colocou na posição de engenheiro – sua formação profissional – e  se  mostrou mais cauteloso do que a governadora. Dias depois do 2º turno das eleições, Wilma de Faria, fez uma visita à obra da ponte e na ocasião, declarou que pretende inaugurá-la no fim de dezembro ou na festa dos Santos Reis.

Mas o secretário informou que na quinta-feira da próxima semana (21), tem uma audiência marcada com a governadora, situação em que pretende descrever critérios técnicos para a data da inauguração da Forte-Redinha. “Aí é que eu vou dar minha posição definitiva”. Adalberto Carvalho deve receber um dia antes o relatório sobre a calibragem dos estais da ponte. A medição depende das condições do vento no local e por isso, tem levado mais tempo do que o previsto. Somente com o fim da calibragem é que a ponte pode ser concluída.

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