terça-feira, 23 de abril, 2024
29.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

População aponta que ‘governos são responsáveis pela insatisfação’

- Publicidade -

Na
percepção dos ouvidos pela Certus/TN, a responsabilidade pelo estado em
que se encontra o Brasil, o que acabou levando o povo às ruas, recai
principalmente sobre os governos, mas sobram criticas pessoais à
presidenta Dilma Rousseff, para o Judiciário, à sociedade de forma
geral, Congresso e partidos políticos e para a atual administração
petista e anteriores.

#SAIBAMAIS#A maioria (49,12%) aponta o governo
federal, o Estado e as prefeituras como responsáveis pela insatisfação
popular, confirmando a prioridade dada a “um maior controle e mais
planejamento nos gastos com dinheiro público, maior rigor com os crimes
de corrupção e condenação dos gastos com a Copa 2014’ (veja texto abaixo
). Em segundo, vem a opinião de que a responsabilidade é “exclusiva da
presidenta Duilma”, com 12,84% das respostas, e também do “poder
Judiciário, que não pune com rigor os corruptos”, com 10,27%. A
percepção contra a presidenta e o Judiciário é maior na faixa salarial
até 8 salários mínimos e entre os que tem até 44 anos de idade, com 2º
completo e/ou incompleto.

A parcela que fez uma autocritica,
atribuindo a responsabilidade pelo estado de coisas como sendo “da
sociedade em geral” foi de 9,74%, com maioria dos que tem poder
aquisitivo maior, nível universitário e idade acima de 35 anos. O
Congresso e os partidos políticos foram apontados por 8,35% e a
“administração petista dos últimos 10 anos” por 5,30% dos entrevistados.
2,73% disseram as administrações anteriores ao PT também foram
responsáveis.

Os percentuais que atribuem as responsabilidades
aos governos e à presidenta Dilma Rousseff refletem no baixo apoio
dadoas medidas anunciadas pelo poder público. A convocação de uma
constituinte e/ou plebiscito para se fazer uma reforma política,
proposta pela presidenta, recebeu apoio de 35,15%, enquanto 32,42%
afirmaram que concordam apenas parcialmente, 11,24% discordam
parcialmente e 13,80% discordam totalmente da proposta. A reforma
política é apontada como “prioritária e urgente” por apenas 9,31% dos
entrevistados.

Sondagem confirma preocupação com gastos

Independente
de faixa etária, grau de instrução ou renda familiar, os entrevistados
ouvidos pela pesquisa Certus/Tribuna do Norte elegem como principal
reivindicação dos manifestos populares o “maior controle e mais
planejamento nos gastos com dinheiro público”.  Essa tese se sobrepôs a
outras como “maior rigor nos crimes de corrupção”, que apareceu em
segundo lugar; e “discordância com os gastos para a Copa 2014”, em
terceiro. 30,34% dos ouvidos afirmaram que o principal alvo dos
manifestantes é a forma como são utilizados os recursos públicos; 21,51%
apostam no descontentamento com as punições aos corruptos; e 20,55%
acreditam que as despesas com o mundial de futebol está no topo da pauta
de reivindicações.

O passe livre em transportes coletivos para
os estudantes, que motivou o início das manifestações em Natal, apareceu
na opinião de 10,91% dos entrevistados; e a reforma do sistema político
brasileiro, que está na pauta do Congresso Nacional e do Palácio do
Planalto, face as mobilizações, registrou a opinião de 9,31% deles.  O
Projeto de Emenda à Constituição (PEC) número 37, que retirava o poder
de investigação do Ministério Público, aparece como preferência de 4,82%
dos entrevistados, enquanto que a legalização do aborto está na
preferência de 0,96%. 1,61% dos ouvidos não souberam responder.

‘Atos de vandalismos isolados não prejudicaram a avaliação’

O
diretor do Instituto Certus, Mardone França, destaca que a maioria da
população apoia o caráter pacífico das manifestações recentes e, por
isso, se sente representada pelos que foram às ruas apresentar
reivindicações e exigir melhorias em serviços básicos como saúde,
transporte e educação, além de pedir mais rigor no controle de gastos
públicos e no combate à corrupção. “Isso reforça que, embora seja
condenável  qualquer ato de depredação do patrimônio público ou privado,
o vandalismo foi pontual e insignificante em comparação aos que
protestaram de forma ordeira e civilizada”, afirma.

Para Mardone
França, os  49,21% que responsabilizam os governos federal, estaduais e
municipais pela situação atual “refletem um julgamento justo e lúcido
do povo em relação àqueles que prometem nas campanhas e, depois que
assumem, renegam os anseios” da população.

“O povo é sempre
sábio nos seus julgamentos”, comenta Mardone França. Ele destaca também
que o percentual (12,84%) significativo dos que apontam a presidenta
Dilma Rousseff como uma das responsáveis pela situação atual do país.
“Na ordem, seguem o Poder Judiciário com 10,27%, que, segundo a opinião
dos entrevistados, não pune com rigor os corruptos”, informa Mardone.

O
Congresso Nacional e os partidos políticos aparecem neste item que
avalia a responsabilização com 8,35%. “Ressalte-se, o fato do Congresso e
dos partidos políticos aparecem com baixo índice de responsabilização”,
observa.

Mas ele faz uma ressalva: “Isso não autoriza
celebrações, pois o resultado foi manifestado pelos entrevistados no
contexto de várias alternativas de respostas e, como se viu, foram
apontados, com alto grau de responsabilização, aqueles que, na verdade, a
opinião do povo considera os responsáveis mais diretos pelo estado de
coisa que atravessa o Brasil”.

Mardone França ainda destaca que,
em relação às propostas que o Governo Federal apresentou para dar uma
resposta aos manifestantes, 67,57% concordam com o plebiscito, a
contratação de médicos e  os investimentos anunciados em diversas áreas.
“Não é desprezível o índice dos que discordam, que chega a 25,04%”,
lembra.

Destruição de prédio público é rejeitada

Os
entrevistados foram questionados ainda sobre os episódios de
violência/vandalismo, ocorridos durante as manifestações de rua, e se
concordam com a forma como a Polícia e as forças de segurança agiram nos
episódios durante as manifestações. Para 58,59% dos ouvidos,  as ações
que ensaiaram destruir prédios públicos, estabelecimentos comerciais,
entre outros, são “condenáveis e inaceitáveis”; e 25,84% deles
creditaram a responsabilidade pelos atos a uma minoria. Por outro lado,
11,88% opinaram que os percalços são “inevitáveis no contexto de
protesto de rua”; e 2,25% assinalaram que as depredações são
“compreensíveis”. Neste item, 1,44% não souberam responder.

Quanto
a concordar/discordar da ação de polícia, 41,89% dos entrevistados
disseram concordar totalmente com a postura dos atores de segurança,
enquanto que 39,33% se posicionaram numa concordância parcial às
reprimendas aos manifestantes que agiam de forma truculenta. O
percentual dos que discordam completamente da ação das forças de
segurança foi de 8,67%, enquanto que 8,35% discordam parcialmente. 1,61%
não souberam responder às perguntas e 0,16% não quiseram responder.

Saúde pública é alta prioridade para 88,2%

A
pesquisa da Certus/TN fez um levantamento sobre o grau de importância,
segundo os entrevistados, das propostas anunciadas pela presidenta Dilma
Rousseff. As respostas foram classificadas em ‘Baixa Prioridade’,
‘Média Prioridade’ e ‘Alta Prioridade’. Nesta análise, os entrevistados
consideraram todos os temas expostos como importantes. 88,28%
consideraram de alta prioridade a área da saúde, o percentual mais
elevado entre todos; enquanto que 87,48%  apontaram a mesma consideração
para a educação; 86,04% para a segurança pública; 86,03% para a
corrupção e os gastos públicos; 75,6% para o transporte público; e
65,01% para a reforma política.

Os percentuais para média
prioridade foram sensivelmente menores, o que demonstra que a população
dedica atenção especial à situação na qual se encontra o estado
(incluindo todas as esferas, da União aos municípios). E neste caso, a
forma política está no topo da lista com 24,56%. Em seguida, aparece o
transporte público com 19,9%; a segurança pública com 10,76%; a educação
com 10,27%; a saúde com 8,98%; e por fim, a corrupção com 7,55% e
gastos públicos com 7,39%.

A baixa prioridade foi mencionada
para a reforma política (9,79%). Enquanto 5,77% destacaram os gastos
públicos; 5,62% a corrupção; 4,02% para o transporte; 2,72% para a
segurança; 2,25% para a saúde; e 1,76% para a educação.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas