Angicos praticamente parou para acompanhar, na tarde e noite de ontem, o enterro do prefeito Jaime Batista dos Santos, falecido aos 63 anos na noite de domingo, dia 8, em acidente de carro entre os municípios de Afonso Bezerra e Angicos. O corpo do prefeito chegou às 11 horas da manhã de Mossoró, onde foi autopsiado no Itep, para ser velado no ginásio de esportes Francisco Soares da Silva, daí saindo por volta das 16h30, com a multidão estimada em mais de cinco mil pessoas, segundo a Policia, percorrendo uns três quilômetros até o Palácio Expedito Alves, sede da Prefeitura, onde passou meia hora.
Políticos como o senador Garibaldi Filho (PMDB) e o senador José Agripino e sua mulher Anita Catalão Maia e a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) compareceram ao velório, além do deputado federal Betinho Rosado (DEM), os deputados Walter Alves e Poti Júnior (PMDB), José Adécio e Leonardo Nogueira (DEM), prefeitos e ex-prefeitos da região Central, Vale do Açu e de outras regiões do Estado também foram dar o último adeus a Jaime Batista.
Quem não foi ao ginásio de esportes, esperou pela passagem do corpo pelas ruas centrais da cidade, nas calçadas e em cima das sacadas de suas casas, outras pessoas aguardavam a sua chegada na praça da Matriz. As bandeiras do município de Angicos, do Rio Grande do Norte e do Brasil estavam hasteadas a meio-pau em sinal de luto em todas as repartições públicas, federal, estadual ou municipal. O caixão do prefeito também foi coberto pela bandeira de Angicos. Dezenas de pessoas também enlutadas, preferiram seguir o enterro vestidas de preto.
Da prefeitura, o enterro saiu pela avenida senador Georgino Avelino até a Matriz de São José dos Angicos, que já estava tomada pelos fiéis angicanos, antes mesmo da chegada do corpo do falecido prefeito. O padre Vicente Fernandes da Silva Costa começou a celebração da missa de corpo presente às 18 horas. “Para nós decifrar esse momento é um mistério, todos nós que estamos aqui, estamos com uma interrogação na cabeça”, dizia o pároco, para falar sobre a partida inesperada do conterrâneo e prefeito Jaime Batista, que estava no exercício do seu segundo mandato.
“Questões terrenas” como essa, dizia o padre em sua homilia, antes da partida do corpo para o cemitério público de Angicos, só tem uma explicação, o encontro com as pessoas queridas nos céus, baseado no “Amor em Cristo”.
Durante o velório ginásio de esportes “Chico Sola”, o funcionário público e professor Heleno Alves prestou uma homenagem ao prefeito morto em nome dos munícipes. “Angicos amanheceu triste, parada, perplexa, saudosa e atônita pela trágica notícia do chefe do Executivo Municipal”, dizia o professor no começo de sua fala. “Estamos solidários aos familiares por tão grande perda”, continuou.
Professor Heleno fez referências à trajetória política de Jaime Batista, que eleito duas vezes prefeito também ajudou a eleger seus sucessores. Ele ainda destacou a visão empresarial do falecido prefeito, que menino pobre cresceu na vida profissional e política. “Trabalhador, sempre buscava onde pudesse soluções para os problemas, era preocupado com os mais humildes e sensível a coisa pública”, finalizava o professor.
A missa de corpo presente foi encerrada às 18h50, horário em que o enterro seguiu para o cemitério público municipal de Angicos para o último adeus dos conterrâneos ao prefeito Jaime Batista, que deixou viúva Albaniza Suely da Silva, que já foi prefeita de Angicos e quatro filhos, dois homens e duas mulheres. O sepultamento foi por volta das 19 horas.
Novo prefeito de Angicos toma posse
A cidade de Angicos tem um novo prefeito. Com o falecimento do prefeito Jaime Batista, vítima de um acidente automobilístico, foi empossado o vice-prefeito, Clemenceau Alves. A solenidade ocorreu no início da tarde de ontem, na Câmara Municipal. Foi o presidente do Legislativo, Marcos Loló quem empossou o novo prefeito. Clemenceau administrou a cidade por uma gestão e também foi vereador de Angicos.
Ele assumiu o Executivo assegurando uma administração de continuidade, mas ponderando que enfrentará dificuldades econômicas, a exemplo dos demais municípios brasileiros.
“Minha administração será de continuidade do trabalho. Sabemos das dificuldades financeiras, mas, mesmo assim, o prefeito Jaime Batista nunca chegou a fechar a Prefeitura”, lembrou Clemenceau Alves.
Ele fez uma homenagem a Jaime Batista, que faleceu no domingo, ao lembrar a determinação do ex-prefeito para manter o funcionamento dos serviços públicos, apesar das dificuldades financeiras deste ano. “Ele trabalhou, apesar das dificuldades, fez o calçamento nas ruas, concluiu a quadra de esportes”, lembrou. E acrescentou: “O prefeito (Jaime Batista) teve a coragem de enxugar as despesas”.
