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População do Planalto cresce 118%

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Margareth Grilo
repórter

Entre os 36 bairros de Natal pesquisados no Censo demográfico 2010, o de N. Sra da Apresentação, na Zona Norte, é o mais populoso, com 79.759 habitantes. Em dez anos, cresceu 41,11%. Mas a explosão populacional, em Natal, se deu na Zona Oeste. Em dez anos, a população do Planalto aumentou em 118,01%. Passou de 14.314 habitantes, em 2000, para 31.206, em 2010. O inverso foi constatado nos bairros de Areia Preta, Santos Reis e Lagoa Seca. Na última década, esses três bairros foram os que mais perderam população. Em Areia Preta, a população diminuiu em 26,24%; em Santos Reis, 17,29% e em Lagoa Seca, 12,93%. O detalhamento censitário foi apresentado ontem pela coordenação local do Censo 2010 e também mostra o comportamento da taxa de envelhecimento populacional.
É no Guarapes onde se concentra maior população de jovens com idade entre 0 e 14 anos
Em Natal, os maiores índices de envelhecimento estão nos bairros Petrópolis (114) e Tirol (97,7). O IBGE mede o Índice de Envelhecimento pela relação entre o número de idosos e a população jovem. Em Petropolis significa dizer que para cada 100 jovens existem 114 pessoas com 65 anos ou mais e população. Nesse bairro, o percentual de idosos com 65 anos ou mais é de 16,8%. No Planalto é onde tem menos idosos acima de 60 anos: 3,2%. Considerando a população com 60 ou mais de idade, os bairros com maiores proporções são Potengi (7,91%) e Lagoa Nova (7,28%).

É no bairro de Petrópolis, cercado de pontos comerciais, que mora o casal Valder Carvalho Porpino, 64 anos, e a mulher Noira Sueny Porpino, 54 anos. “Meu esposo mora aqui há 60 anos. Nossos vizinhos, que são poucos são todos idosos”, disse Noira. Os dois caminhavam ontem na avenida Afonso Pena. Ela lamenta que a cidade ainda não esteja preparada para acolher bem seus idosos. “A gente paga impostos, mas não tem o tratamento adequados. Fica muito a desejar”. Na ponta da pirâmide etária, a da população na faixa de zero a 14 anos, a liderança está no bairro do  Guarapes, na zona Oeste de Natal. Lá, 32,4% da população é de crianças até 14 anos, e 22% dos moradores têm entre 15 e 24 anos. Petropolis tem o menor percentual: 11,7%.

Em todo o Estado, o IBGE pesquisou, no Censo 2010, 166 bairros (os que são declarados como bairros oficialmente, pelas prefeituras municipais). No RN, o bairro com maior crescimento de população foi o Itapetinga, em Mossoró, com 457,89%. Destacam-se ainda: Dix-sept Rosado, em Mossoró, com 99,88%; Emaús e Jadim Planalto, em Parnamirim, com percentuais de 90,9% e 80,97%, respectivamente.

O IBGE também apresentou os dados da razão dependência que refere-se ao peso da população considerada inativa (01 a 14 anos e 65 anos ou mais de idade) sobre a população potencialmente ativa (15 a 64 anos). Em Natal, a razão varia de 35 a 40. Para entender melhor: para cada grupo de 100 pessoas potencialmente ativias existem de 35 a 40 inativas.

No RN, as maiores razões estão nos bairros Alto da Bela Vista em Equador (68,7), Jesus Menino em Lagoa Nova (67,7) e João Leopoldo, em Itajá (63,9). A coordenadora do Censo 2010, no Rio Grande do Norte, Viviane Cruz, disse que os dados divulgados ontem são importantes para nortear as políticas públicas. “É importante conhecer a estrutura de envelhecimento e sua evolução para saber que políticas devem ser priorizadas”, afirmou Viviane. Ao apresentar os números ela fez uma ressalta: “o fato de ter um percentual alto de inativos, não significar dizer que a população ativa está carregando os idosos”. Estes valores, explicou, indicam em que medida a população em idade potencialmente ativa sustenta uma proporção maior ou menor de dependentes e evidencia a necessidade de atenção em políticas públicas na área de saúde e previdência social.

Mulheres continuam sendo maioria

Predominantemente, as mulheres são maioria nos 36 bairros de Natal que entraram no Censo 2010. Cinco bairros se destacam: Petropolis, Areia Preta, Tirol, lagoa Seca e Barro Vermelho. Nessas localidades, a razão máxima é de 79,9 homens para cada grupo de 100 mulheres. Em Petrópolis, a razão é de 72,9. Nesse bairro, dos 4.871 moradores 2.053 são homens (42,15%) e 2.818, mulheres (57,85%).

Outro índice chama atenção: no bairro da Cidade Alta, entre idosos com 60 anos ou mais, 67% são mulheres. “Em Natal, há uma predominância muito forte da mulher, o inverso do que vemos no interior do estado”, observou Viviane Cruz. O IBGE destacou quatro municípios – Mossoró, Cruzeta, Equador e Riacho de Santana que possuem bairros com predominância masculina.

Em Itapetinga (Mossoró) a proporção é de 140,9 homens para cada grupo de 100 mulheres; em Renascer (Riacho da Cruz) a razão é de 133,3; em Alto do Remédio (Cruzeta), essa razão é de 115; e em Alto da Bela Vista (Equador) essa razão chega a ser de 117,3. O Brasil tem 96 homens para cada 100 mulheres.

Pelos dados divulgados ontem, a população brasileira cresceu quase 20 vezes de 1872 – época do primeiro censo demográfico do país – até 2010. O número de habitantes do país saltou de 9.930.478 para 190.755.799.  Entre 2000 e 2010, a população brasileira teve um crescimento médio anual de 1,17%, a menor taxa da história.

Ainda de acordo com o Censo 2010, o Brasil tem 60.002 casais gays que vivem juntos. Esse foi o número de cônjuges que se declararam do mesmo sexo do responsável pelo domicílio. O número representa apenas 0,2% do total de cônjuges —37,547 milhões em todo o país. É a primeira vez que o dado foi pesquisado.

Essa foi a primeira vez que o IBGE utilizou uma base territorial única, que integra as áreas urbanas e rurais dos municípios, em formato digital. A malha municipal disponibilizada ontem possibilita o cruzamento de informações do Censo 2010 com outras bases de dados compatíveis, explicou Viviane Cruz. “Isso torna essa base de dados de fundamental importância para o planejamento de ações institucionais e políticas públicas nos municípios”, disse.

Serviço: para conhecer os dados, acesse www.ibge.gov.br

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