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Por 3 votos a 2, Supremo decide manter Lula preso

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Rafael Moraes Moura
Agência Estado

Brasília (AE) – Por 3 a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira, 25, manter preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas suspendeu a análise do processo em que o petista acusa o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, de julgá-lo com parcialidade e motivação política no caso do triplex do Guarujá. Na mesma sessão, os ministros também negaram um pedido de liberdade do petista contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), totalizando a quarta derrota de Lula na Corte em suas tentativas de deixar a prisão.

Ministros da Segunda Turma também negaram um pedido de liberdade do petista contra decisão do Superior Tribunal de Justiça


Ministros da Segunda Turma também negaram um pedido de liberdade do
petista contra decisão do Superior Tribunal de Justiça

#SAIBAMAIS#No julgamento desta terça, acompanhado por uma comitiva de parlamentares do PT, os ministros do Supremo discutiram uma proposta de Gilmar Mendes de colocar Lula provisoriamente em liberdade até que a análise da suspeição de Moro fosse concluída O caso começou a ser discutido em dezembro, mas foi suspenso após um pedido de vista – mais tempo para análise – do próprio Gilmar.

O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, alegou que o petista está preso há 444 dias e que a Segunda Turma fez ontem a sua última sessão do semestre, só voltando a se reunir em agosto, o que justificaria a prioridade na análise do pedido de liberdade provisória. O Estado antecipou ontem que o colegiado poderia discutir uma solução intermediária para tirar Lula da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, mesmo sem analisar o processo de suspeição de Sergio Moro.

Em seu voto, Gilmar Mendes citou o vazamento de supostas mensagens trocadas entre Moro com procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, divulgadas pelo site The Intercept Brasil. As conversas, segundo o site, sugerem que o então juiz orientou investigações da operação. O ministro porém, tem afirmado não ser possível garantir a autenticidade das mensagens, pois apagou o aplicativo usado na época e não tem mais os registros. Ele nega também qualquer atitude contra a lei.

Ao tratar do conteúdo das conversas, Gilmar Mendes definiu o episódio como “situação de tamanha gravidade”. “Não há como negar relação do caso (de suspeição de Moro) com fatos públicos e notórios cujos desdobramentos ainda estão sendo verificados (o vazamento de mensagens). A própria procuradora-geral da República já se mostrou bastante preocupada, diz ela ‘em dúvida’, sobre a insuspeição do magistrado considerando os elementos até aqui divulgados”, disse Gilmar. O ministro fez referência ao parecer de Raquel Dodge, em que a procuradora alega existir “fundadas dúvidas jurídicas sobre os fatos” apresentados pelo The Intercept Brasil. “É que o material publicado pelo site ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida. Diante disso, a sua autenticidade não foi analisada e muito menos confirmada”, observou a procuradora, em manifestação encaminhada ao tribunal.

Divisões
O julgamento de ontem expôs as divisões internas da Segunda Turma: de um lado, Gilmar e Lewandowski, mais críticos aos métodos de investigação da Lava Jato, defenderam a saída do petista da prisão. De outro, os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia – considerados mais “linha dura” e rigorosos com réus – votaram contra a liberdade de Lula. “Não vejo razões para alterar o voto”, disse Fachin, em referência às mensagens atribuídas a Moro.

O placar final foi definido pelo ministro Celso de Mello. Ao votar contra a liberdade de Lula, Celso frisou que a posição expressada ontem não representa uma antecipação de como irá votar futuramente no caso, quando julgar o mérito da questão – se Moro foi ou não parcial ao condenar o ex-presidente no caso do triplex. “Reconheço que o que vou pronunciar aqui nesse momento e agora não tem nada a ver com o fundo da controvérsia, portanto, que não se interprete meu voto como sendo de antecipação de minha decisão futura quando do julgamento final”, afirmou Celso de Mello.

Levantamento do Estado em julgamentos cruciais da Lava Jato analisados pela atual composição da Segunda Turma até ontem aponta que Celso concordou com Fachin em 78,58% dos casos. Os que mais discordam de Fachin são justamente Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
O que a Segunda Turma do STF decidiu:
1 – Por 3 a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu manter preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A maioria dos ministros rejeitou a possibilidade de Lula ficar livre até a Segunda Turma concluir o julgamento sobre a atuação do ex-juiz federal Sérgio Moro no caso do “triplex do Guarujá”. Os advogados do petista acusam Moro de parcialidade. Esse julgamento ficou para depois do recesso.

2 –  Na mesma sessão, por 4 a 1, os ministros também negaram um pedido de liberdade do petista contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), totalizando a quarta derrota de Lula na Corte em suas tentativas de deixar a prisão.

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