Não faz tanto tempo. Talvez uns três ou quatro anos, se tanto, esta coluna protestou inconformada com o silêncio em torno de uma decisão do governo, através da Secretaria de Educação, de repassar ao patrimônio da Polícia Militar o prédio onde sempre funcionou a “Escola Estadual Manoel Dantas”, esquina da Alberto Maranhão com a Prudente de Moras. Diante do grito simbólico, o então governador Robinson Faria determinou sua preservação.
Nem sei dizer se mudaram o nome da escola para outro lugar, artifício para esconder o desastre do abandono, ou se ainda é lá sua sede. Sei que está fechada, sem uma placa de aviso do seu destino hoje ou amanhã. Esta coluna fez a sua parte, sem temor e sem esperar nada em troca, comenda ou berloque. Pra quê? Quis apenas evitar, e o tempo demonstrou ter sido em vão, que não era justo ferir a memória de Dantas – jornalista, educador, historiador e geógrafo.
Portanto, e enquanto arde a sensação de viver numa cidade que destrói com as suas mãos sua já tão pequena tradição, fica o registro. Não há experiência na história da civilização humana que aponte a força identitária de um povo sem preservar suas tradições. Tenham os traços de um rosto, as linhas de um prédio ou a chama de uma palavra. E tanto menos quando suas instituições escovam e lustram o ego de alguns sem que exerçam suas tarefas devidas.
Somos, hoje, um povo sem líderes, levado por lideranças de ocasião. Já não floresce em nós o fulgor da ira santa, aquela que não visava vantagens, a não ser o prêmio inenarrável da resistência. Somos, isto sim, um arruado de vaidosos que arrufam, num ritmo pobre, os arrulhos do exibicionismo político, cultural e econômico. O jogo político virou um cortejo de príncipes e pajens andrajosos, enquanto o povo assiste das calçadas o desfile dos pedantes.
Palco
LUTA – Nos corredores da Assembléia não são tão raros os deputados que hoje já acreditam que é para ser candidato a senador a mobilização do presidente da casa, Ezequiel Ferreira.
VAGA – Os que admitem a candidatura, estão convencidos de que a vaga hoje ocupada pelo senador Jean-Paul Prates não será disputada pelo PT. Prates tentaria ser deputado federal.
OLHO – Do profeta do Grande Ponto, vigilante, olhando o cortejo dos sabidos desfilando nas ruas: “Aqui, há quatrocentos anos, os corsários franceses já descobriram ser terra sem dono”.
FLORAIS – Tem gente no governo já tomando as gotinhas dos Florais de Bach para manter o otimismo na luta contra a crise. Os dois meses finais, novembro e dezembro, são decisivos.
VOTOS – Bianquinha, com o velho bem-querer: não fui ao casamento por ser um modelo em desuso, caído de moda e sem glamour. Mas desejo a você e Luiz toda a felicidade do mundo.
UVA – O Ibrapes, gestor administrativo da Uva – a Universidade do Vale do Acaraú (Ceará), desmente esta coluna quanto ao recebimento de recursos para a formação de professores.
ATUAÇÃO – Informa que atua no RN há 18 anos sem recursos públicos e já formou mais de 20 mil professores que atuam nas escolas estaduais, municipais e instituições particulares.
PALAVRA – Ainda que nada receba, a UVA depende da renovação do termo de cooperação técnica para continuar vendendo serviços no Estado. O Conselho de Educação será ouvido.
Camarim
DUBAI – Não há a menor chance do DER executar a grandiosa reforma da Roberto Freire tal como está orginalmente planejada e que já vem sendo chamada de Projeto Dubai. A idéia de jardins suspensos, entre passagens subterrâneas, é um devaneio. E não há recursos federais.
SÍNODO – A Diocese de Caicó prepara a comemoração do seu 80º aniversário de criação (25/11), com um Sínodo diocesano para estudar a situação pastoral do bispado. A primeira reunião foi sábado com palestra do padre Gleiber Dantas de Melo sobre a trajetória histórica.
BISPO -Não deve ser para Mossoró, como bispo-auxiliar, a próxima missão do padre Flávio Augusto Forte Melo. Deve ser inicialmente designado para uma Diocese de menor porte para depois chegar a Mossoró, quando D. Mariano Manzana passar a bispo emérito. O que é justo.